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Estado de Minas

Roberto Giannetti defende gasto de US$ 100 bi em reservas para acelerar ajuste


postado em 15/10/2015 16:07

Rio, 15 - O economista Roberto Giannetti da Fonseca defendeu que o governo gaste US$ 100 bilhões dos US$ 370 bilhões de reservas cambiais como forma de acelerar o ajuste fiscal. Em sua avaliação, a medida ajudaria a conter o avanço da dívida bruta do País e acalmaria as agências de classificação de risco. Nesta quinta-feira, 15, a Fitch rebaixou o rating de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira de BBB para BBB-, mantendo o grau de investimento, mas também a perspectiva negativa. Há um mês a Standard & Poor's (S&P) tirou o selo de bom pagador do País.

Para Giannetti, o discurso do ajuste fiscal está ficando exaurido pela falta de avanço e de disposição do Congresso em aprovar medidas como a volta da CPMF. Nesse contexto de impasse e falta de perspectiva de retomada do crescimento, as agências veem a situação do Brasil como preocupante. Os rebaixamentos em série, a seu ver, desgastam a imagem da presidente por sinalizar a dificuldade em implementar o ajuste fiscal.

Nas contas do economista e ex-diretor da Fiesp, ao queimar US$ 100 bilhões em reservas, o País não ficaria desguarnecido e, em uma tacada só, conseguiria abater R$ 400 bilhões da dívida bruta, reduzindo sua relação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 67% para 55%, além de reduzir o déficit nominal em R$ 64 bilhões. Sem isso, acredita, o governo está "enxugando gelo" sem produzir o ajuste e arcando com um custo fiscal "inaceitável" de carregamento das reservas.

"É como ter a geladeira da sua casa cheia de comida e passar fome. Não precisa esvaziar a geladeira, mas come um pouco", criticou, destacando que a medida seria muito mais indolor do que a instituição de novos tributos, como a CPMF ou reduzir benefícios sociais. O economista e empresário participa de evento do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), do qual preside o Capítulo Brasil.

Impeachment

Questionado sobre a queda de braço em torno de um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Giannetti destacou que não haverá solução econômica sem que o nó político seja desatado. A definição, entretanto, deve ser rápida. "Ficar nessa incerteza por mais seis meses é uma angústia. Ou vai ou racha. E se a (presidente) Dilma ficar até o final do mandato, vamos apoiar o Brasil. Não queremos o quanto pior melhor", disse.

A questão que deve ser debatida pela população antes de entrar "na fobia" do impeachment, na visão de Giannetti, é qual será o cenário pós um eventual impeachment presidencial, levando em conta as possibilidades: convocação de novas eleições ou a criação de um novo gabinete pelo atual vice-presidente Michel Temer (PMDB).

"O vice-presidente é de um partido importante, o PMDB, vai ter condições de dar governabilidade, não há dúvida. Mas quem serão os ministros dele? Uma andorinha só não faz Verão. Quem serão os ministros dele? O PSDB vai apoiá-lo?", questionou.


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