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Estado de Minas

BC age e segura avanço do dólar

Com dois leilões, instituição injeta US$ 3 bilhões no mercado e cotação da moeda dos EUA recua 1,08%


postado em 09/09/2015 06:00 / atualizado em 09/09/2015 07:35

Depois de seis sessões consecutivas de alta, com as quais acumulou valorização de mais de 8% sobre o real, o dólar comercial fechou em baixa de 1,08% ontem, cotado a R$ 3,8190 para venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,71%, para R$ 3,809 na venda. O principal destaque do dia foram os dois leilões de linha ofertados pelo Banco Central (BC), de até US$ 3 bilhões, com recompra programada para novembro e dezembro deste ano. A injeção de recursos foi fundamental para o arrefecimento da pressão compradora de dólares, embora o cenário internacional mais otimista também tenha contribuído para a tendência de baixa.

O Banco Central já vem atuando diariamente no mercado por meio da renegociação de contratos de câmbio (swap cambial) para suprir parte da demanda por moeda estrangeira. Mas isso não impediu que o dólar acumulasse alta de mais de 40% neste ano, até agora. Segundo operadores, a presença mais atuante do BC no mercado é positiva, pois visa reduzir a volatilidade da moeda americana, embora não impeça sua valorização. Na semana passada, a Nomura Securities e o banco americano JP Morgan elevaram suas projeções para o dólar, prevendo que a divisa encerrará o ano a R$ 4 e R$ 4,10, respectivamente. As projeções anteriores eram de R$ 3,40 e R$ 3,55.

As incertezas do cenário interno, no entanto, são o grande limitador de uma correção mais substancial na cotação do dólar frente ao real. Em uma apresentação em Londres, a agência de classificação de risco Fitch disse que as dinâmicas de dívida no Brasil são desafiadoras, mas não “explosivas”. A Fitch afirmou que o Brasil tem desafios crescentes na questão fiscal e também no crescimento.

Com menos pressão sobre o dólar, a Bovespa terminou em alta sua primeira sessão desta semana, favorecida pela agenda mais tranquila de indicadores. A valorização, no entanto, perdeu força quando o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falou sobre aumento de tributos. O Ibovespa fechou em alta de 0,57%, aos 46.762,07 pontos. Na mínima, marcou 46.497 pontos (estabilidade) e, na máxima, 47.243 pontos (1,60%). No mês, acumula ganho de 0,29% e, no ano, perda de 6,49%. O giro financeiro totalizou R$ 5,302 bilhões.


•Impacto nas empresas

A rápida desvalorização cambial vai afetar os resultados das empresas de capital aberto no terceiro trimestre. Ao final do segundo trimestre, as grandes empresas brasileiras tinham R$ 189,9 bilhões em dívidas em moeda estrangeira. Apenas com o efeito da variação cambial, o endividamento em dólares subiria em R$ 41,3 bilhões, alcançando R$ 231,2 bilhões na quinta-feira passada.

O cálculo, feito pela consultoria Economatica considera 107 empresas com ações negociadas na Bolsa que divulgaram sua dívida em moeda estrangeira no segundo trimestre, além da variação cambial entre 30 de junho (R$ 3,10) e a última quinta-feira, quando o dólar fechou a R$ 3,776. Para se ter uma ideia do tamanho do impacto do câmbio nos balanços, a despesa financeira devido à variação cambial, de R$ 41,3 bilhões no período analisado, seria maior do que o lucro operacional das companhias no segundo trimestre, de R$ 22,9 bilhões.


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