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Estado de Minas

Pacotes estão 36% mais baratos na baixa temporada

Queda brusca das viagens de negócios abre oportunidades para quem deixou para passear na baixa temporada. Pacotes para destinos nacionais estão até 36% mais baratos que em 2014


postado em 11/08/2015 06:00 / atualizado em 11/08/2015 07:20

Depois de pesquisar preços em hotéis e hostels, o administrador Roberto Carvalho decidiu alugar um imóvel por temporada(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Depois de pesquisar preços em hotéis e hostels, o administrador Roberto Carvalho decidiu alugar um imóvel por temporada (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Quem sonha em conhecer os destinos mais badalados do Brasil já pode comemorar. Enquanto a inflação oficial do país chegou a 9,56% nos últimos 12 meses, o preço das viagens nacionais anda na direção oposta e os pacotes para destinos no país, nesta baixa temporada, estão até 36% mais baratos do que no mesmo período do ano passado. A justificativa, segundo as operadoras de turismo, é a alta do dólar e a baixa demanda do turismo de negócios, que faz com que hotéis e companhias aéreas lancem promoções para movimentar o turismo de lazer. Um pacote de quatro dias e três noites para Salvador, na Bahia, saindo de Belo Horizonte, com passagens aéreas de ida e volta e hospedagem com café da manhã custava R$ 750 no ano passado. Neste ano, o pacote pode ser encontrado a R$ 479.

E as promoções parecem animar o consumidor. De acordo com o boletim de intenção de viagem do Ministério do Turismo referente ao mês de julho, obtido com exclusividade pelo Estado de Minas, nos próximos seis meses 76,8% dos belo-horizontinos pretendem conhecer outra região do país. O número é 9% maior que o aferido no mesmo período do ano passado. De acordo com a diretora administrativa da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav-MG), Regina Casale, companhias aéreas e hotéis sentiram a necessidade de fomentar o turismo de lazer e, com isso, baixaram os preços. “A demanda está aquém do esperado. Então, é mais vantagem baixar o preço do que manter voos e hotéis vazios”, afirma.

Foi pensando na economia que a relações-públicas Ana Paula Barbosa mudou a data das férias, de março para agosto. Enquanto planejava a viagem, ela notou que o preço dos pacotes estavam até 50% mais baratos no segundo semestre. Uma viagem de sete dias, com transporte aéreo e hospedagem com café da manhã para duas pessoas em Porto de Galinhas, Pernambuco, que custava cerca de R$ 5,2 mil em março, saiu por R$ 2,6 mil em agosto. “Mudamos a data da viagem, conseguimos elaborar um roteiro melhor e ainda economizar mais da metade do valor”, afirma Ana Paula. Ela viaja na próxima quinta-feira e afirma que, pela pesquisa que fez, deve encontrar preços bem mais baratos também em restaurantes, passeios turísticos e atrações no local.

O gerente de produtos da CVC em Minas Gerais, Júlio Machado, afirma que, apesar da instabilidade econômica do país, as pessoas não deixam de viajar, mas acabam substituindo um destino caro por outro, mais barato. Além disso, o mercado desaquecido acaba se refletindo em promoções e oportunidades mais em conta para o consumidor. “A baixa temporada já é, em média, 30% a 40% mais barata que a alta temporada, mas, neste ano, a economia pode ser ainda maior, já que tanto companhias quanto hotéis investem em promoções para não ficarem vazios”, explica Machado.

LITORAL O Nordeste, que tem mais de 3 mil quilômetros de praias, é a região que mais atrai o turista nessa época do ano, segundo a gerente de lazer da Master Turismo, Alexandra Peconick. As promoções para a região também são as mais concorridas, principalmente entre agosto e setembro, período marcado pelas altas temperaturas na região. Entre as vedetes dos consumidores estão Porto Seguro, na Bahia, que tem pacotes até 24% mais baratos nesta temporada, e Porto de Galinhas, cujo pacote, era vendido a R$ 998 no ano passado e, neste ano, sai por R$ 766, economia de 23%. Destinos como Serra Gaúcha e Foz do Iguaçu também despontam na preferência dos viajantes, que podem economizar entre 19% e 26% na temporada.

O sócio-proprietário da Pier Turismo, Pedro Paulo Victer, afirma que o segredo para a economia é ficar de olho nas promoções pontuais que, contrariando a regra, podem acontecer às vésperas da viagem, e não com três ou quatro meses de antecedência. Ele aponta como exemplo uma passagem para Fernando de Noronha, em Pernambuco, comercializada na primeira semana de agosto com embarque no dia 19 do mesmo mês, por R$ 799. O preço é considerado baixo, tendo em vista que as passagens para o arquipélago geralmente custam o dobro. “Não é uma regra e não podemos garantir essas promoções, mas têm surgido muitas oportunidades de última hora”, afirma.

Mudança de hábito

Os mineiros podem querer economizar ainda mais nas viagens. De acordo com o boletim de intenção de viagem do Ministério do Turismo (MTur), o número de belo-horizontinos que pretendem viajar nos próximos seis meses e que preferem se hospedar em residências alugadas aumentou 72% na comparação 2015 com 2014, passando de 4,3% para 7,4%. É o caso do advogado e administrador Roberto Falcão de Carvalho, de 29 anos. Com uma viagem de 12 dias programada para Pernambuco em setembro, ele pretende fazer as reservas das acomodações pelo site Airbnb, especializado em aluguel de casas e apartamentos por temporada.

“Estou olhando hotéis, hostels e alugueis de casa. Pretendo gastar cerca de R$ 2 mil com a viagem e o aluguel de casa é o mais econômico até agora. Principalmente porque pretendo visitar várias cidades, como Recife, Olinda e Porto de Galinhas”, explica. Ele conta ainda que aproveitou a promoção de uma companhia aérea para compras as passagens de ida e volta para Recife por apenas R$ 300.

A intenção de economizar faz com que os mineiros apostem em outra tendência de viagem para os próximos seis meses. Ainda segundo o estudo do Mtur, 29,6% dos moradores de Belo Horizonte vão optar pelo carro como meio de transporte. O número é 25,9% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior e o maior percentual registrado para a capital mineira no mês de julho nos últimos cinco anos. (FM)


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