Depois de se aproximar de R$ 3,60 no pregão de ontem, a moeda norte-americana caiu pela primeira vez em seis sessões, com o aumento da atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. O dólar comercial fechou nesta sexta-feira, vendido a R$ 3,508, com queda de R$ 0,029 (-0,83%).
De manhã, a moeda chegou a operar em alta, mas a tendência reverteu-se nas horas seguintes. Na mínima do dia, por volta das 11h50, o dólar chegou a ser vendido a R$ 3,497. Durante a tarde, o ritmo de queda diminuiu, mas a moeda continuou em baixa. A divisa acumula alta de 2,44% em agosto e de 31,95% no ano.
A cotação passou a cair depois que o BC aumentou a atuação no mercado com os contratos de swap cambial. Com as intervenções, as perdas do BC nos sete primeiros meses do ano, já alcançam R$ 57 bilhões. O swap cambial é um instrumento que equivale à venda de dólares no mercado futuro. Hoje,o BC leiloou 11 mil contratos de swap cambial, quase o dobro dos 6 mil contratos leiloados nos últimos dias. O swap cambial funciona como uma venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a cotação do dólar porque transfere a procura pela moeda norte-americana do presente para o futuro.
A cotação caiu mesmo com dados que mostram a recuperação da economia dos Estados Unidos. Hoje, o governo americano informou que a criação de postos de trabalho fora do setor agrícola em julho fez o nível de emprego no país voltar aos níveis de 2008, antes do estouro da bolha imobiliária que resultou na crise econômica global.
Os sinais de recuperação econômica indicam que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) deve logo aumentar os juros da maior economia do planeta. Taxas mais altas nos países desenvolvidos pressionam a fuga de recursos de países emergentes como o Brasil, valorizando o dólar em todo o planeta. Com Marinella Castro