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Estado de Minas

Mercosul tenta novo acordo com a Europa

Assunto será discutido na cúpula do bloco, em Brasília, a partir de amanhã. Diversificação da pauta é o maior desafio de Minas


postado em 15/07/2015 06:00 / atualizado em 15/07/2015 08:51

Em meio a crises econômicas de países chaves do Mercosul, o governo brasileiro coloca como meta a definição do acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia até o fim do ano. A volta do tema à pauta, depois de vaivéns nos últimos anos, pode permitir ao Brasil usar o comércio exterior para retomar o crescimento no ano que vem. O tema será pauta da cúpula de presidentes do bloco que ocorre em Brasília a partir de amanhã. O câmbio em alta pode favorecer esse cenário. No ano passado, as exportações para os países do Mercosul atingiram o menor patamar desde 2009.

Para fechar o acordo com a UE resta definir a tarifação inicial de uma parcela dos produtos. A parceria pode suprir a demanda comercial de outros países com produtos feitos na América do Sul. “O Brasil, sobretudo nesse momento de transição, identifica que o comércio exterior é um canal muito importante para retomar o crescimento da economia. E pode oferecer, a curto prazo, uma perspectiva até de compensar o efeito dessa retração que se observa no mercado doméstico”, afirmou, ontem, na abertura do V Fórum Empresarial do Mercosul, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro.

No caso do Mercosul, os números mostram queda tanto das importações quanto das exportações. Em 2014, as cifras foram de US$ 17,27 bilhões (-10,34% no comparativo com 2013) e US$ 20,42 bilhões (-17,27%), respectivamente, segundo números do Mdic. Neste ano, depois de déficit na balança comercial nos primeiros meses do ano, o cenário inverteu-se, encerrando o primeiro semestre positivo em US$ 3,4 bilhões. Os números poderiam ser ainda mais favoráveis, não fosse a queda de preços de commodities. Segundo o Mdic, houve aumento de volume exportado de 8%. “Se tivéssemos os mesmos preços de 2014, nós teríamos gerado superávit de US$ 18 bilhões”, afirma o ministro.

A concentração da pauta mineira em commodities faz com que a participação do estado nas exportações para países do Mercosul esteja abaixo do nível de outros estados – exceto no caso da Argentina, devido ao peso da Fiat. Sem considerar os contratos com os hermanos, a melhor posição de Minas Gerais no ranking de exportação por unidade da federação é a quinta colocação.

DIVERSIFICAÇÃO O estado ocupa essa posição no fornecimento para Bolívia, Paraguai, Venezuela, Colômbia e Equador, segundo levantamento feito pela Central Exportaminas. A necessidade de diversificação da pauta é ponto consensual entre a gestão do governador Fernando Pimentel e dos antecessores Antonio Anastasia e Aécio Neves. “Nossas opções de exportação são diminutas”, afirma o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castello Branco.

A integração produtiva é vista como uma saída possível para o estreitamento de laços entre os integrantes do bloco comercial. O alto representante geral do Mercosul, Florisvaldo Fier, cita o case do setor de brinquedos como exemplo a ser seguido. O desenvolvimento de fornecedores locais e formação de designers em universidades uruguaias permitiu ao setor abocanhar 20 pontos percentuais do mercado regional em apenas quatro anos. Antes dominado pela China, hoje empresas do bloco representam metade do setor, com faturamento anual de US$ 5,5 bilhões. O bloco estuda a possibilidade de se repetir o mesmo com os setores de óleo e gás, naval, couro, automotivo, têxtil e eletroeletrônico.


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