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Estado de Minas

Minas fecha 10 mil vagas formais de trabalho em maio

O Brasil fechou 115.599 vagas. Balanço de postos formais fica negativo pela primeira vez em maio. Resultado é o pior desde 1992


postado em 20/06/2015 06:00 / atualizado em 20/06/2015 07:28

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, acredita que país volte a ter saldo de contratações no segundo semestre (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, acredita que país volte a ter saldo de contratações no segundo semestre (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O Brasil fechou 115.599 vagas formais de trabalho em maio, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho. É a primeira vez em que as demissões superam as admissões em um mês de maio desde 1992, segundo dados históricos do próprio ministério. O saldo negativo é resultado de 1.464.645 admissões contra 1.580.244 demissões no mercado de trabalho.

A indústria de transformação foi a responsável pelo maior número de fechamento de vagas em maio. No total, foram cortados 60.989 postos no setor, resultado de 230.981 admissões e 291.970 desligamentos no período. Em segundo lugar como destaque negativo, serviços reduziu 32.602 postos. A construção civil fechou 29.795 vagas e o comércio encerrou 19.351 empregos no mês. O único setor com saldo positivo em abril foi a agricultura, com 28.362 novas vagas Em abril, foram fechadas 97.827 vagas no país, segundo dados não ajustados.

No ano, o mercado formal brasileiro acumula perda de 243,9 mil vagas, resultado de 8.265.546 admissões contra 8.509.494 demissões no ano. Entre as regiões, apenas no Sul, com criação de 45.053 postos de trabalho e no Centro-Oeste, que gerou 25.869 vagas formais, tiveram desempenho positivo. No Nordeste houve perda de 152.342, no Norte, de 33.843 e no Sudeste, de 128.685.

Em Minas Gerais também houve mais demissões do que contratações em maio, o que levou a um saldo negativo do emprego formal de 10.024 vagas eliminadas. Foi o primeiro resultado no vermelho para o mês analisado desde 2003, portanto em 13 anos, informou ontem o ministério. O corte de postos de trabalho com carteira assinada representou queda de 0,24% em relação ao estoque de assalariados com registo em abril. Na série ajustada dos dados do Caged, que considera informações dadas pelas empresas fora do prazo, 28.262 empregos foram fechados de janeiro a maio, uma redução de 0,66%.

Ainda de acordo com o levantamento do emprego formal no mês passado, a indústria de transformação mineira respondeu pela maior parte do decréscimo de vagas, ao demitir 7.061 trabalhadores, descontados os contratados. A construção civil impôs saldo negativo de 6.216 postos; o setor de serviços de 5.518, e o comércio, de 1.151. Não foi suficiente o desempenho positivo da agropecuária, com 10.540 contratações a mais que as demissões, influenciadas pela performance da cultura do café.

A Região Metropolitna de Belo Horizonte verificou saldo negativo de 13.427 vagas em maio. Entre os municípios com mais de 30 mil habitantes, onde o ministério acompanha o comportamento do emprego formal, os mais afetados pelas demissões são BH, com redução de 9.260 vagas; Contagem, 1.488; Ipatinga, 1.199; Ubraba, 936; Betim, 846; Itabirito, 826; Juiz de Fora, 781; São Gotardo, 630 e Sete Lagoas, 592.

Expectativa Apesar dos números negativos, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse que “é preciso ajustar a economia para que possamos continuar gerando vagas formais” ao lembrar que nos últimos 12 meses foram gerados 21 milhões de postos de trabalho. Para ele, haverá melhora no quadro de geração de novas vagas a partir do segundo semestre. “O FGTS já desembolsou R$ 20 bilhões, neste primeiro semestre, para o setor da habitação e saneamento básico. Esse recurso vai ajudar a recuperar os empregos na construção civil, que deve gerar mais de 1 milhão de novos postos ainda em 2015”, afirmou Manoel Dias. Para ele, haverá melhora no quadro de geração de novas vagas a partir do segundo semestre.

Indústria corta mão de obra

O total do pessoal assalariado na indústria caiu 5,4% em abril deste ano em comparação com abril de 2014, indica a Pesquisa Industrial Mensal – Empregos e Salários (Pimes), divulgada ontem pelo IBGE. É o 43º resultado negativo seguido nesse tipo de comparação e o mais intenso desde setembro de 2009, quando os empregos na indústria recuaram 6,1%. Na comparação com de abril com março, a queda foi de 0,9%. É o quarto resultado consecutivo, indica o IBGE. No índice acumulado para os primeiros quatro meses deste ano, o total do pessoal ocupado na indústria recuou 4,8% na comparação com igual período de 2014. O ritmo de queda está mais acentuado do que nos últimos quatro meses de 2014, quando os empregos caíram 4,3% na mesma comparação.

Na comparação com abril de 2014, o número de empregados na indústria apresentou redução nos 18 setores pesquisados. O destaque ficou com os meios de transporte, com queda de 10,5%; produtos de metal, com 10,8%; e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, com 12,4%. O setor de alimentos e bebidas recuou em 2,7%; máquinas e equipamentos, 6,8%, outros produtos da indústria de transformação, 8,7%; calçados e couro, 7,9%; vestuário, 5,4%; metalurgia básica, 6,5%; refino de petróleo e produção de álcool, 7,2%; indústrias extrativas, 5,3%; minerais não-metálicos, 2,5%; papel e gráfica, 2,6%; e produtos têxteis, 2,5%.

Segundo Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, o mau desempenho da indústria nos setores automotivo, de insumos para a construção civil e de eletroeletrônicos vem puxando o recuo no contingente ocupado. “São setores que estão sofrendo bastante com o aumento da inflação e o crédito mais caro e seletivo”, disse Abritta, lembrando ainda que a baixa confiança de consumidores e empresários também dificulta o consumo e, portanto, a produção de bens duráveis.

Salários Em abril deste ano, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, descontadas as influências sazonais, apontou recuo de 1,1% frente ao mês anterior, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 1,5%. Na comparação com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria mostrou redução de 6,0%, em abril de 2015, 23ª taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto e a mais intensa desde setembro de 2009, quando o recuo foi de 6,1%.

No índice acumulado no primeiro quadrimestre de 2015, o número de horas pagas na indústria recuou 5,4%, acentuando a magnitude de queda observada no último quadrimestre de 2014, de 5,0%. Em abril de 2015, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, já ajustado sazonalmente, mostrou recuo de 0,9%, frente ao mês imediatamente anterior, após mostrar quedas de 0,7% em janeiro, 0,6% em fevereiro, e uma ligeira variação positiva de 0,1%, em março.


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