(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Lavoura salva primeiro trimestre da economia brasileira

Setor agropecuário cresceu 4,7% no primeiro trimestre, compensando os indicadores negativos e aliviando o tombo da atividade econômica


postado em 30/05/2015 06:00 / atualizado em 30/05/2015 07:26

Alta produtividade da soja foi o principal responsável pelo resultado do setor agrícola no primeiro trimestre deste ano(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 27/4/11)
Alta produtividade da soja foi o principal responsável pelo resultado do setor agrícola no primeiro trimestre deste ano (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 27/4/11)

A salvação do primeiro trimestre, na economia brasileira, veio mesmo da lavoura. Os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a agropecuária, destaque absoluto, cresceu 4,7% no primeiro trimestre de 2015 sobre o quarto de 2014 e 4% ante o primeiro trimestre do ano passado. No acumulado em 12 meses, o agronegócio registra alta de 0,6%. “A soja cresceu muito, mais de 10% em produção e 4,7% em área plantada. Isso significa que houve ganho de produtividade”, analisou a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca de La Roque Paris. Para ela, a ajuda do setor foi fundamental para o resultado do PIB no período não ser pior.

O crescimento na safra de soja foi possível, em boa parte, devido ao uso de sementes mais resistentes à estiagem. “A primeira justificativa é a entrada da safra de alguns produtos, sendo o destaque para a soja. Continuamos um setor pujante para a economia, ainda que enfrentemos adversidades climáticas, como estiagem e chuvas em algumas regiões”, disse Aline Veloso, coordenadora da assessoria técnica da Faemg.

Ela acrescenta que o produtor que investiu em tecnologia consegue melhores resultados. Porém, cobra do governo maior incentivo ao homem do campo.

Em sentido oposto ao da soja, no entanto, o IBGE constatou queda na produção de milho, um dos principais grãos do setor em Minas. “O milho, cuja safra também é significativa no primeiro trimestre, apresentou variação negativa na produção, estimada em 3,1%”.

INDÚSTRIA

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria recuou 3% no primeiro trimestre de 2015, quando comparado com igual período do ano anterior. A indústria da transformação puxou a desaceleração, com retração de 7%. Houve queda na produção da indústria automotiva, máquinas e equipamentos, produtos eletrônicos e equipamentos de informática, artigos de vestuário e produtos do fumo.

A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana caiu 12%, impulsionada pelo maior uso das termelétricas na geração de energia e pela redução do fornecimento e consumo de água. A construção civil recuou 2,9% no período. Já a extrativa mineral, segundo o IBGE, cresceu 12,8% em relação ao primeiro trimestre de 2014, puxada pelo aumento da extração de petróleo, gás natural e minérios ferrosos.

Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, o resultado do PIB reforça a ideia de que a economia brasileira passa por um crise. “A raiz é a erosão da confiança das famílias e das empresas. Para superar essa conjuntura negativa é urgente que ocorra uma profunda alteração na condução da política econômica”, defendeu. A Firjan sustenta que é necessário mudar a postura fiscal do governo, priorizando a diminuição dos gastos públicos e focando num amplo programa de privatizações para destravar os investimentos.

Em comparação com o quarto trimestre do ano passado, a indústria nacional recuou 0,3%. “Os resultados não surpreenderam porque já estávamos acompanhando indicadores negativos, que vinham mostrando a desaceleração”, diz Annelise Fonseca, economista da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Segundo ela, a projeção da Fiemg é de queda de 2,6% na produção industrial de Minas em 2015. Segundo a economista, os indicadores do emprego, faturamento, produção física e de confiança do empresário e do consumidor são ruins, e mostram que a confiança para gerar investimentos ainda está comprometida. “Uma recuperação é esperada somente a partir do segundo semestre de 2016”, apontou.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)