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Estado de Minas

Brasil vai tentar acordo com a China para financiar projetos avaliados em US$ 53,3 bi

O primeiro-ministro Li Keqiang visita o país em comitiva com mais 150 empresários. Uma das principais razões é a criação de um fundo de US$ 50 bilhões, fruto de uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC)


postado em 17/05/2015 06:00 / atualizado em 17/05/2015 07:26

Encontro de Keqiang com a presidente Dilma será na terça-feira(foto: Greg Baker/AFP Photo)
Encontro de Keqiang com a presidente Dilma será na terça-feira (foto: Greg Baker/AFP Photo)

Brasília – O governo federal está apostando alto na visita ao Brasil do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, para destravar os investimentos no país, principalmente, na área de infraestrutura. A intenção é anunciar um pacote de US$ 53,3 bilhões para projetos — alguns já iniciados, outros novos — como forma de mostrar uma agenda positiva com o principal parceiro brasileiro do comércio exterior. O premier chinês chega a Brasília amanhã à noite e terá um encontro com a presidente Dilma Rousseff na terça-feira, menos de um ano depois da visita oficial do presidente da China, Xi Jinping, em julho de 2014.

Viaja com Li uma comitiva de 150 empresários. Um dos principais acordos prevê a criação de um fundo de US$ 50 bilhões, fruto de uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) para financiar projetos de infraestrutura no país. “Existe um espaço grande para os investimentos chineses, principalmente, no segmento de infraestrutura”, afirma o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, lembrando que os chineses são grandes importadores de commodities (produtos agrícolas e minerais cotados no mercado internacional) do Brasil.

“A parceria pode reduzir o custo de transporte e tornar os produtos brasileiros mais competitivos”, acrescenta o especialista. Thomaz Zanotto, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também demonstra otimismo. “Os chineses têm investido bastante no Brasil, em diferentes níveis. O potencial de colaboração é muito grande e o grau de evolução é rápido, porque eles identificam os problemas e partem para uma solução a curto prazo, algo que os brasileiros precisam aprender”, diz.

O diretor para América Latina do Eurasia Group, João Augusto de Castro Neves, avalia que a agenda com a China é importante desde que haja mais liberalização para os investimentos. “O governo não tem espaço fiscal para investir. Por isso, ele precisará mais do que nunca alavancar o investimento privado. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não deve atuar como no passado nas concessões”, alerta.

Uma fonte próxima da embaixada chinesa revela que, apesar de o país dispor de reserva financeira de sobra — despejou no mundo US$ 860 bilhões na última década —, Pequim está muito mais criteriosa do que no passado em função de alguns projetos naufragados em solo brasileiro. É o caso da Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), que apostou na implantação de uma siderúrgica em parceria com o grupo EBX, do empresário Eike Batista e na construção do Porto do Açu (RJ), mas desistiu depois que o conglomerado nacional ruiu.

A Sinopec aliou-se à Petrobras no projeto de uma refinaria no Maranhão, mas não viu a obra de US$ 20 bilhões avançar, em meio ao furacão da Operação Lava-Jato. Fábricas de automóveis, como a da JAC Motors na Bahia, ainda não saíram do papel, mostrando que nem tudo o que é anunciado vira realidade.


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