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Estado de Minas

Dólar e fim de greve portuária disparam déficit comercial dos EUA


postado em 05/05/2015 18:42

O déficit comercial dos Estados Unidos aumentou acentuadamente em março e atingiu seu maior recorde mensal em quase seis anos e meio, em um contexto de valorização do dólar e ao final de uma greve portuária. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, o déficit da balança comercial ficou em 51,4 bilhões de dólares, em alterações de dados dessazonalizados, um aumento de 43,1% em relação a fevereiro, quando esteve no nível mais baixo em cinco anos.

Este é o maior déficit desde outubro de 2008 e o aumento foi o mais forte desde o final de 1996, disse o governo. A amplitude deste brutal aprofundamento de déficit, impulsionado por um aumento recorde das importações (+7,7%), combinados com uma estagnação das exportações (+0,9%), surpreendeu os analistas, que previam um aumento de apenas 11% do déficit comercial em bens e serviços.

A valorização de 15% do dólar desde o último verão no hemisfério norte explica em parte o aumento do déficit. Esta valorização deixa as exportações norte-americanas mais caras, enquanto as importações ficaram mais baratas. O "efeito dólar" pode ser visto especialmente nos dados anuais, já que o déficit comercial aumentou 5,2% em relação a março de 2014.



Mas considerando-se apenas março, foi principalmente o fim da greve dos portos do oeste do país que aumentou a entrada de mercadorias. Em março, os portos da costa do Pacífico, que recebem especialmente produtos provenientes da Ásia, puderam desobstruir o acúmulo de importações bloqueadas. Assim, as importações de bens tiveram um aumento recorde de 9%.

Em fevereiro, quando a greve ainda estava acontecendo, o déficit comercial foi reduzido drasticamente chegar a seu nível mais baixo em cinco anos, devido a um declínio nas importações. "A maioria dos produtos comercializados com a Ásia passa pelos portos que foram diretamente afetados pelo conflito social nos últimos meses", disse Jesse Hurwitz, especialista do Barclays Research.

A maioria dos analistas estima que esses números comerciais ruins para março deveriam mudar no mês seguinte: "as importações devem ser moderadas em abril, elevando o déficit da balança comercial para um nível mais normal", disse Paul Ashworth, da Capital Economics. O saldo da balança comercial dos Estados Unidos é, de todas as formas, cronicamente deficitário. "Eu vejo este forte aumento do déficit como uma nova tendência da economia norte-americana. Os dados de março são claramente devido a fatores temporários", enfatizou Hurwitz.

Impacto negativo sobre o PIB

No entanto, o aumento do déficit em março é uma má notícia para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. A primeira estimativa oficial publicada em 29 de abril anunciou uma desaceleração do crescimento de 0,2% entre janeiro e março, em vez de um crescimento de 2,2% do trimestre anterior.

Mas os dados foi estimada antes que o volume de importações fosse divulgado, o que significaria um corte no valor do PIB. Assim, é provável que a segunda estimativa do PIB dos EUA para o primeiro trimestre, que será anunciada em 29 de maio, finalmente mostre uma contração da atividade.

"Vai ser uma contração modesta de 0,3% de taxa anual", previu Paul Ashworth. Em termos geográficos e de dados brutos, o déficit com a China aumentou 38,6% para 31.200 milhões em março. Também aumentou 35,7% com a União Europeia. Mas é com o Japão que o déficit dos EUA aumentou ainda mais em março (70,4% para 7.100 milhões de dólares) no momento em que os dois países se preparam para fechar um acordo de livre comércio.


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