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Estado de Minas

PIB do primeiro trimestre indica estagnação na economia dos EUA


postado em 29/04/2015 15:59

A economia americana ficou estagnada neste primeiro trimestre com os consumidores e empresários cortando gastos, o dólar forte e a greve nos portos das costa oeste prejudicando as exportações. O departamento de Comércio dos Estados Unidos informou nesta quarta-feira que a maior economia do mundo teve um crescimento de apenas 0,2% entre janeiro e março, depois de ter crescido 2,2% no último trimestre de 2014.

O PIB decepcionante do primeiro trimestre se soma às preocupações sobre o fraco crescimento da economia global, levantando dúvidas sobre o vigor da recuperação dos Estados Unidos no pós-crise. O baixo percentual foi divulgado após a modesta expansão de 2,2% no último trimestre de 2014. Para esse primeiro trimestre, os analistas esperavam um crescimento maior, de 1%.

Com os novos dados, é provável que o Federal Reserve mantenha em suspenso por um pouco mais de tempo seus planos de aumentar as taxas de juros, até ter certeza de que a economia terá um crescimento sólido neste trimestre.


Desaceleração temporária

"A estagnação do crescimento econômico no início do ano afasta qualquer iminente elevação de juros pelo Fed", avalia Chris Williamson, da Markit. "A desaceleração parece temporária, já que a recuperação do fraco primeiro trimestre ainda está sendo sinalizada pelas previsões, mas as pessoas ainda não estão convencidas de uma recuperação sustentável (da economia americana)".

Em um período prejudicado por um inverno extremamente frio e pelos três meses de greve nos portos, empresários, investidores, consumidores e governo gastaram menos. Espera-se, agora, que os consumidores voltem a gastar mais, incentivados pelo aumento no orçamento, resultante da queda dos preços da gasolina.

Investimentos em construção e outras infraestruturas estão sendo reduzidos, possivelmente por causa do recuo acentuado no setor de petróleo, prejudicado pelos preços mais baixos, indicam analistas. O crescimento das exportações também teve contração acentuada, em parte por causa da greve dos portos, que deixou as importações e exportações acumularem nas docas ao longo da costa do Pacífico até que os trabalhadores conseguissem um novo acordo, no final de fevereiro.

Outro fator determinante foi a valorização do dólar, que tornou as exportações dos EUA menos atraentes nos mercados externos. Essa é apenas a primeira estimativa de crescimento do Departamento de Comércio para o trimestre, e as revisões podem ser amplas, conforme os dados apareçam. Alguns analistas, como Ian Shepherdson, da Pantheon Macroeconomics, esperam que as revisões sejam feitas em alta.

Os dados nesta quarta-feira, contudo, só reforçam o instinto do Fed, em segurar um pouco mais a elevação das taxas, para ver o que acontece no segundo trimestre.

Sinais de fraqueza

Há meses espera-se que o Fed, que nesta quarta-feira encerra os dois dias de reunião de seu comitê de política monetária, comece a elevar em junho suas taxas básicas de juros, atualmente próximas de zero. A desaceleração do crescimento pode, contudo, dar uma pausa maior para o Banco Central americano. Os dois principais indicadores que o Fed acompanha são o mercado de trabalho e a inflação, que continuam dando sinais de fraqueza.

Os dados do PIB do primeiro trimestre não informam nada sobre o mercado de trabalho, mas apontam para uma desaceleração da inflação, enquanto a política monetária do Fed tem como meta uma inflação de 2%. Por isso, analistas acreditam que o Fed deve prorrogar o aumento dos juros para julho ou setembro, a fim de ter certeza de que a economia ainda mantém o vigor demonstrado no ano passado.

Para Shepherdson, a economia mostrará força no segundo trimestre. "O ponto-chave aqui é que a economia tem sido distorcida pelo impacto do clima e da queda dos preços do petróleo, que têm reduzido os investimentos antes de aumentar o consumo", explicou.


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