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Estado de Minas

Pesquisa aponta defasagem de 14% no frete


postado em 27/02/2015 06:00 / atualizado em 27/02/2015 06:55

Em meio a uma crise do setor de transportes de carga, a categoria afirma que a maior parte das empresas opera no vermelho. Estudo elaborado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), entidade representante de mais de 3 mil empresas em todo o país, indica uma diferença de 14,11% entre os fretes praticados e o custo efetivo das transportadoras. O déficit, agravado pelo aumento do preço do óleo diesel no início do mês, é mais crítico entre os motoristas autônomos e empresas de pequeno porte.

A pesquisa é feita com base no cruzamento de dados da planilha de custo com o valor do frete recebido por 250 empresas. O resultado mostra um buraco na operação do setor. E pior: desconhecido pela maior parcela. Segundo o assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdívia, ao calcular o custo operacional muitas empresas simplesmente esquecem de colocar no papel alguns gastos, como a defasagem do veículo, o desgaste do pneu e outras variáveis desse tipo. “Quando se vai a fundo, vê-se que o custo é muito maior e há certo desconhecimento do setor”, afirma. Por outro lado, dado o despreparo da categoria, o embarcador consegue impor o valor a ser pago pelo frete, sem muita discussão.

O impacto mais considerável no custo do transporte é a alta dos combustíveis. Em um período de quatro, o governo federal reajustou o óleo diesel duas vezes. Em novembro, a alta foi de 5% nas refinarias para equiparar o valor do combustível ao praticado no mercado internacional. No dia 1º, com o retorno da cobrança do PIS e Cofins, o litro do óleo diesel teve alta de R$ 0,15 (6%) nas refinarias. “Entretanto, ao se acrescentar os demais impostos incidentes, como ICMS, margem do posto, o aumento pode chegar a R$ 0,22”, diz trecho do informe técnico do Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado.

Pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), indica aumento de 7,23% no combustível no comparativo entre período antes e depois do aumento das alíquotas do PIS e Cofins, acima da variação imposta nas refinarias. Ao invés de subir R$ 0,15, o produto teve alta, em média, de R$ 0,19 nas revendas do país. “Embora parte do mercado tenha se mostrado sensível às necessidades de recomposição dos fretes, isso não tem efetividade na prática. Prova disso são as dificuldades que as empresas de transporte estão enfrentando para vislumbrar a recuperação de suas margens”, afirma o coordenador do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística, Neuto Gonçalves dos Reis.

Apesar do peso do combustível e da mão de obra na composição do custo operacional, ambos juntos somam entre 50% e 60% do valor final, outros fatores contribuem para agravar o problema das transportadoras. Um deles é a restrição de operação em centros urbanos. Em Belo Horizonte, por exemplo, caminhões são vetados em importantes vias. Um proprietário de uma grande empresa do setor, que pede para não ter o nome revelado por considerar a situação de sua empresa confortável em relação ao setor, afirma que o empate nas contas operacionais é um “resultado satisfatório” para as transportadoras.


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