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Estado de Minas

Minas Gerais sofre com queda das commodities

Expectativa de preços internacionais para produtos agrícolas e minerais deve impactar fortemente as receitas do estado


postado em 18/01/2015 00:12 / atualizado em 18/01/2015 07:39

O reinado das commodities agrícolas, minerais e metálicas sobre a balança de comércio de Minas Gerais com o exterior reserva dias mais difíceis para o estado do que para o Brasil em 2015. Estrela das vendas externas mineiras, o minério de ferro pode sofrer queda de 20% do preço médio, estimado em US$ 60 por tonelada neste ano, com base nas projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Se confirmada a estimativa, as exportações totais da matéria-prima explorada no Brasil vão diminuir em US$ 4,3 bilhões, frente à receita brasileira do ano passado (projetada em US$ 25,6 bilhões). Dos 13 itens que o país exporta, só o café cru, as carnes de boi e porco e o alumínio têm perspectiva de valorização da cotação média no embarque nos portos neste ano, de acordo com a AEB.


Engana-se quem acredita que o aumento dos volumes de minério de ferro destinados à exportação poderão compensar a baixa da receita, avalia o presidente da AEB, José Augusto de Castro. “Numa previsão conservadora, a quantidade exportada será 5% maior em 2015. A concorrência no setor cresceu e os fornecedores australianos da China estão mais agressivos”, afirma. A matéria-prima responde por cerca de 40% das exportações mineiras. Outro peso-pesado das exportações de Minas, a celulose tende a enfrentar retração, embora menor, de 6,3% da cotação média do produto. O açúcar bruto, por sua vez, segue a mesma toada, com expectativa de recuo de 2,5%.


Na análise do comportamento do café, algum alívio, tendo em vista que os preços e os volumes exportados prometem caminhar juntos. A participação do produto na pauta de exportações mineiras foi de 13,5% até novembro de 2014. Para 2015, a AEB estima que o Brasil vai exportar US$ 6,3 bilhões, representando alta de 5% na comparação com a estimativa de US$ 6 bilhões em 2014. Augusto de Castro observa que o estado contribui de forma modesta para as exportações de outras duas mercadorias importantes na pauta brasileira: soja, com tendência de queda de receita, e as carnes de boi e porco, estas, sim, apresentando bom fôlego para 2015.


Por mais sinais que a economia mundial esteja dando de restrições de volumes ou de preços, o comportamento das commodities ainda não está definido, na avaliação de Elisa Maria Pinto da Rocha, diretora do Centro de Pesquisas Aplicadas da Fundação João Pinheiro. “Vejo um tom de perspectiva interna nos Estados Unidos e na Alemanha um pouco melhor do que vinha se configurando. Tudo o que se disser agora sobre as exportações das commodities é precipitado.”

MINÉRIO A perspectiva de um ritmo maior de recuperação dos EUA e da Alemanha pode abrir o caminho para as exportações de minério de ferro. O estudo da AEB projeta vendas da matéria-prima brasileira de 355 milhões de toneladas ao exterior em 2015, somando receita US$ 21,3 bilhões, 16,3% inferior à de 2014 (US$ 25,550 bilhões). A rigor, o mercado chinês é que dará a última palavra nesse mercado.


De 2013 para 2014, a China consumiu 15% a mais e o Brasil continua a verificar aumento de demanda, mas há excesso de oferta no mundo. De um pico de US$ 159 por tonelada, no ano passado, as cotações desceram à faixa atual, de US$ 70 por tonelada. “Este ano, para as empresas, ainda é uma incógnita. Numa economia baseada na indústria de mineração como a de Minas, a queda forte dos preços prejudica toda a cadeia de produção”, afirma o diretor administrativo do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), Cristiano Parreiras.


Além do ferro, houve queda de preços neste ano de ouro industrial, rochas ornamentais, nióbio, alumínio e fosfato.

 

NO CAIXA

Preço médio (em US$ por tonelada)

Item    2014*    2015**

Minério de ferro    75    60
Café cru    3.040    3.150
Soja em grão    509    400
Farelo de soja    510    410
Óleo de soja    820    730
Açúcar bruto    385    375
Açúcar refinado    410    380
Carne de frango    1.900    1.850
Carne bovina    4.750    4.800
Carne suína    3.500    3.600
Celulose    480    450
 
Fonte: AEB/Mdic/Secex
(*) Previsão
(**) Projeção


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