(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PETROBRAS AFUNDA A BOLSA

Denúncias de corrupção na Petrobras e expectativa frustrada de balanço fazem ações cair até 6,5%

As seguidas postergações de divulgação do balanço apontam a dificuldade da petroleira em fechar as informações econômicas, após as denúncias de corrupção


postado em 13/12/2014 06:00 / atualizado em 13/12/2014 07:19

Brasília – Puxada pelas ações da Petrobras, que continuam em queda livre, mas também seguindo uma tendência de baixa dos mercados internacionais, a Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa) recuou 3,73% ontem e chegou aos 48.001 pontos. É a terceira semana seguida de desvalorização do principal índice da bolsa, o Ibovespa, que acumulou perdas de 7,68% na semana, o pior período desde maio de 2012, quando desvalorizou 8,3% em cinco dias.


Novas denúncias de que a diretoria da Petrobras sabia das irregularidades desde 2009 acentuaram o movimento de queda das ações da companhia. A expectativa com relação à divulgação dos dados do balanço não auditado, que ocorreria ontem, depois do fechamento do mercado, também contribuiu para a desvalorização. “Uma possível troca da diretoria toda da Petrobras daria um pouco mais de credibilidade à empresa, com certeza. Mas os problemas da companhia não seriam resolvidos só com isso”, disse Filipe Machado, analista da Geral Investimentos, ao comentar o pedido de afastamento dos diretores feito ontem por partidos de oposição ao governo federal.


Os papéis ordinários (ON) da estatal recuaram 5,78%, cotados a R$ 9,46, enquanto os preferenciais (PN) caíram 6,56%, a R$ 10,11. Na semana, as ações ON acumulam perdas de 17,38%. No mês, já caíram 22,14% e, em 2014, o recuo é de 38,73%. As PN têm queda de 17,54% na semana, de 21,02% no mês e de 37% no ano. Com o barril de petróleo despencando para US$ 57, as ações de petrolíferas do mundo inteiro sofreram quedas. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou ontem em queda de 1,18%.

Para o economista do portal de informações financeiras Moneyou, Jason Vieira, o desempenho dos ativos da Petrobras pesaram muito na queda da Bovespa. “Deu tudo errado para a petroleira. Mais denúncias de corrupção, um balanço não auditado que não tem validade e, para piorar, a queda do barril de petróleo, que derrubou o mercado lá fora”, explicou o especialista.

Na avaliação de Karina Freitas, analista da Concórdia Corretora, o pregão trágico de ontem é o reflexo de um conjunto de fatores: “Incerteza do mercado sobre o balanço da Petrobras (se vai ou não trazer ajustes), mais denúncias e a conjuntura interna do país, que não está favorável”. Ela acrescentou que a possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos também está provocando uma mudança de fluxo. “A queda no preço do petróleo também afetou as ações da Petrobras. No curto prazo, ela é beneficiada porque importa combustível, mas, no longo prazo, como produtora e exportadora, isso prejudica retorno dos seus projetos”, destacou.

Para Felipe Machado, a bolsa também foi afetada pelo menor número de estrangeiros no mercado de ações nacional, afugentados pela insistente desvalorização nos preços das commodities – em especial do petróleo. Dados ruins na China e na Europa motivaram a baixa das cotações. “O volume dos contratos de índice futuro está reduzindo, não dá para chamar de fuga de estrangeiros, mas ao menos há redução na quantidade de negócios feitos por eles. O clima de aversão internacional dá fôlego à corrida para aplicações mais seguras”, explicou.

 

Resultados às escuras

 

Brasília – Mais uma vez, a Petrobras adiou a divulgação do balanço contábil do terceiro trimestre deste ano. Depois de perder o prazo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que expirou em 15 de novembro, 45 dias após o fechamento do período, a estatal havia prometido para ontem a apresentação do documento, ainda que sem auditoria externa, como exige a lei das companhias de capital aberto. As seguidas postergações apontam a dificuldade da petroleira em fechar as informações econômicas, após as denúncias de corrupção.

Em nota, a Petrobras afirmou que o adiamento ocorreu devido a novos fatos revelados pela Operação Lava-Jato. A companhia informou ainda que fechou um acordo com credores aos quais devia apresentar dados até o fim de dezembro. Pelo acerto, a estatal conseguiu postergar a obrigação de apresentar o balanço até 31 de janeiro de 2015, mas não informou a data em que deverá fazê-lo.

Ontem, em vez de informações completas, a companhia anunciou apenas alguns dados gerais. De acordo com companhia, a receita de vendas alcançou de R$ 88,3 bilhões no fim do terceiro trimestre e os recursos em caixa somaram R$ 62,4 bilhões. Já o endividamento líquido atingiu R$ 261,4 bilhões, com alta de 8% sobre o trimestre anterior. (SK)
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)