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Estado de Minas

China corta os juros na tentariva de estimular o crédito e conter a baixa da economia

País deve ter em 2014 a menor expansão em 25 anos


postado em 22/11/2014 06:00 / atualizado em 22/11/2014 08:40

Pequim — Preocupado com a desaceleração da economia do país, que deve ter em 2014 a expansão mais baixa em quase 25 anos, o banco central da China anunciou ontem a redução da taxa básica de juros num esforço para criar um clima mais favorável ao crescimento. Os juros para empréstimos de 365 dias do BC chinês foram cortados em 0,40 ponto percentual, para 5,60% ao ano, com o objetivo de estimular as instituições financeiras a ampliar o crédito ao setor produtivo.

A decisão surpreendeu os analistas, já que as autoridades chinesas vinham optando por aumentar os gastos públicos para apoiar o crescimento econômico, que, ao que tudo indica, não deverá atingir a meta de 7,5% estabelecida pelo governo. Os dirigentes da segunda maior economia do mundo afirmavam também que poderiam tolerar um ritmo de atividade um pouco mais lento, desde que não houvesse recuo na oferta de emprego.

Algumas semanas atrás, o presidente do país, Xi Jinping, havia garantido a líderes empresariais de todo o mundo que o risco enfrentado pela economia não era “tão assustador”, e que o governo estava confiante de que poderia controlar os perigos. O anúncio do Banco do Povo da China, nome oficial da autoridade monetária, portanto, pode indicar, contudo, que a situação não é tão confortável, segundo observadores.

O último corte de taxas promovido pelo governo foi em julho de 2012. A nova redução ocorre em um momento em que a atividade industrial caiu em estagnação, e o mercado imobiliário, há muitos anos um pilar de crescimento, permanece fraco. “Ela vem logo após os dados decepcionantes do PMI mostrarem que a indústria está ficando perigosamente perto da contração”, disse o chefe de análise de mercado do grupo financeiro IG, Alexandre Baradez, referindo-se ao índice construído com base em expectativas de gerentes de compras de grandes empresas.

MAPA DA CRISE

Para o analista, a autoridade monetária chinesa está seguindo o mesmo caminho dos bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e Japão, que montaram políticas expansionistas para encorajar os negócios. “Eles estão realmente direcionando os mercados”, disse Baradez. A coincidência de estratégias indica ainda que o mapa das dificuldades econômicas está se ampliando. “Definitivamente, há mais preocupação sobre o estado da economia global do que há alguns meses, você vê isso não apenas quando se fala sobre a Europa”, disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne, a uma plateia de líderes empresariais em Londres na semana passada.

Além de reduzir o juro básico dos empréstimos, o BC chinês cortou em 0,25 ponto percentual, para 2,75%, a taxa de depósito de um ano — valor que remunera os recursos que os bancos mantêm na autoridade monetária. Além disso, concedeu maior flexibilidade às instituições, permitindo que elas ofereçam aos depositantes juro equivalente a 1,2 vez a taxa de referência.

Muitos analistas, contudo, manifestam dúvidas sobre se esses movimentos vão se traduzir em diminuição dos custos de financiamento e em mais crédito para empresas chinesas que precisam de recursos. Eles ponderam que a economia enfraquecida torna os credores mais avessos ao risco. Por isso, acreditam que novos cortes de juros serão necessários no ano que vem.


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