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Estado de Minas

Chance de Meirelles na Fazenda é baixa, diz Schwartsman


postado em 14/11/2014 12:31

Ribeirão Preto, SP, 14 - O consultor Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e ex-economista-chefe do Banco Santander, afirmou nesta sexta-feira, 14, que a chance de o ex-presidente da autoridade monetária Henrique Meirelles assumir o Ministério da Fazenda no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) é "baixíssima". Na avaliação do sócio-diretor da Schwartsman & Associados, a ida de Meirelles para comandar a economia significaria a Dilma "abrir mão de um pedaço de poder" e entregá-lo ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Lula pretenderia voltar ao cargo em 2018 quer o ex-presidente do BC para substituir Guido Mantega.

"O presidente entendeu que o resultado da economia é ruim e a chance de voltar em 2018 ficou difícil. Mas Henrique Meirelles significa que ela (Dilma) abriria mão de um pedaço de poder, entregaria ao Lula e, de fato, deixaria de ser presidente, pois (Meirelles) virtualmente ficaria insubstituível", disse. "Como é muito complicado você colocar alguém no cargo que você não pode demitir e pelo perfil que vimos da presidente, a chance de isso acontecer é baixíssima", completou Schwartsman, durante palestra no Workshop Gestões e Soluções em Terapia Intensiva (Gesti), em Ribeirão Preto, interior paulista.

Apesar de considerar difícil que se adote mudança de política econômica agora, Schwartsman avaliou que em algum momento do segundo mandato, com a piora ainda maior no desempenho da economia, Dilma deve corrigir o rumo, com a escolha de um ministro com o perfil mais palatável ao mercado ou a Lula. "Se continuar assim, não tem crescimento, o desemprego voltará a subir, a inflação subirá e em algum momento ela vai ter de entregar, pois ou corrige o rumo, ou perdeu de fato. A boa noticia é que se continuar assim nos quatro anos, o PT não se reelege", ironizou.

Durante a palestra, o economista afirmou que nunca viu deterioração tão forte nas finanças públicas como agora e considerou "impossível" o governo reverter o atual déficit primário, em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), para uma média de 3% do PIB de superávit obtida no primeiro mandato de Lula. No entanto, ele afirmou que uma melhora gradual nas contas públicas, para um superávit de 1% a 1,5% no PIB, significaria uma economia de R$ 125 bilhões a R$ 150 bilhões por ano.

Schwartsman disse ainda que, além da política fiscal mais rígida, seria necessário um aumento na taxa básica de juros, a Selic, acima de 12% ao ano, ou 6,5% de juro real ao ano, para, com isso combater a alta na inflação, em um cenário com o dólar caminhando para R$ 2,70 no começo de 2015. "A melhora na economia virá com Selic acima de 12% e melhora gradual nas contas públicas, mas a chance é baixíssima", concluiu.


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