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Estado de Minas MENOS DESEMPREGADOS

Taxa de desocupação no país teve queda de 0,3 ponto percentual

No segundo trimestre, 78% dos funcionários do setor privado têm carteira assinada


postado em 07/11/2014 00:12 / atualizado em 07/11/2014 07:23

Plínio Magalhães conseguiu emprego formal numa loja de artigos esportivos em shoppings de Belo Horizonte em menos de um mês de buscas (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Plínio Magalhães conseguiu emprego formal numa loja de artigos esportivos em shoppings de Belo Horizonte em menos de um mês de buscas (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

A taxa de desemprego no segundo trimestre de 2014 chegou a 6,8%, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam queda de 0,3 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre e de 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, o levantamento indicou que 78,1% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada no período.


O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, avaliou o resultado como positivo. Para ele, o fato de o país viver um momento econômico turbulento sinalizava que poderia haver um aumento da taxa de desocupação. “Foram gerados 850 mil postos de trabalho no segundo trimestre. Houve uma redução de 240 mil pessoas no contingente de pessoas que estavam desempregadas. Isso mostra que o cenário não é tão desfavorável”, comentou.

Azeredo ainda destacou que na comparação com o mesmo trimestre do ano passado foram gerados 1,5 milhão de empregos, dos quais 1 milhão somente no Nordeste. O pesquisador ressaltou que a taxa de desemprego tem caído mais entre as mulheres. “Na comparação com o primeiro trimestre, a queda foi de 0,5 ponto percentual. Em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 1,1 ponto percentual. Ficou claro que elas estão em busca de independência e de melhores condições de vida”, completou.

PROCURA Em junho, o vendedor Plínio Magalhães, de 24, assinou sua carteira de trabalho na loja de artigos esportivos Elon Esportes, em Belo Horizonte, contribuindo para as estatísticas do país que apontam queda na taxa de desocupação no segundo trimestre do ano. Ele, que já tinha experiência na área, não levou mais de um mês para conseguir o emprego. “Foi bem rápido”, comenta. O vendedor tem boas expectativas para o Natal e espera que o comércio, que anda a passos lentos, se movimente com a chegada do 13º salário e das comemorações do fim do ano, melhor época de vendas para o varejo. Para o ano que vem, ele também tem planos. Pretende retomar a faculdade de administração que trancou por questões financeiras.

Felipe Henrique Nascimento, de 19, começou cedo no mercado de trabalho, aos 15 anos já havia conseguido o primeiro emprego. No segundo trimestre deste ano, o jovem assinou a carteira na loja Tribe, sua quinta experiência profissional. Ele conta que não chegou a ficar desempregado, mudou de empresa ao vislumbrar melhores oportunidades. Felipe, que está acostumado com a rotina que soma trabalho e estudos, diz que sua meta para 2015 é o vestibular para publicidade. “Vou tentar o Fies (financiamento estudantil)” , planeja.

Incentivada pela mãe, Jéssica Ferreira de Souza, de 16 anos, está em busca de uma vaga no mercado de trabalho. Ela, que estudou somente até a 6ª série, quer a própria independência financeira e ajudar a mãe a pagar o aluguel de casa. Apesar da disposição para conseguir um emprego, Jéssica admitiu que só conseguirá uma melhor condição de vida por meio dos estudos. “Eu fazia muita bagunça na sala de aula e fui reprovada algumas vezes. Comecei a estudar à noite, mas a escola era perigosa. No próximo ano, vou para o colégio pela manhã e à tarde quero trabalhar”, contou.

Quem também está a procura de uma vaga é Alexandre de Araújo Santos, de 21. Desempregado há três semanas, o ajudante de pedreiro está preocupado porque tem dois filhos pequenos. Ele, que estudou até a 7ª série, precisou largar os estudos porque foi pai aos 16 anos. “Ganho uma diária de R$ 70, mas como estou desocupado as despesas de casa estão sendo pagas pela minha mulher. Preciso voltar a trabalhar logo”, comentou.

Recuo em todas as regiões


A taxa de desemprego recuou em todas as regiões brasileiras na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Os resultados também foram menores para todas as regiões em relação ao mesmo período de 2013. O Nordeste ainda apresentou o maior resultado, uma taxa de desocupação de 8,8%, mas recuou em relação ao trimestre imediatamente anterior (9,3%) e ante o segundo trimestre de 2013 (10%).

O Sul teve a menor taxa de desemprego do país, de 4,1%, resultado menor que os 4,3% registrados no primeiro trimestre do ano, mesmo resultado do segundo trimestre de 2013 (4,3%). No Sudeste, a taxa de desemprego foi de 6,9% no segundo trimestre, ante 7% no primeiro trimestre do ano e 7,2% no segundo trimestre de 2013. No Norte, a taxa ficou em 7,2% no segundo trimestre de 2014, ante 7,7% no primeiro trimestre e 8,3% no segundo trimestre do ano passado. No Centro-Oeste, a taxa de desocupação foi de 5,6% no segundo trimestre, ante 5,8% no primeiro trimestre de 2014 e 6,0% no segundo trimestre do ano passado.

O Brasil tinha 38,9% das pessoas em idade de trabalhar fora da força de trabalho no segundo trimestre deste ano, ou seja, não estavam ocupadas nem desocupadas, segundo os dados da pesquisa. O Nordeste registrou a maior fatia de pessoas fora da força de trabalho, 43,1%. No Centro-Oeste, esse percentual ficou em 34,8%; no Sul, 36,2%; no Sudeste, 37,9%; e, no Norte, 38,7%. As mulheres eram maioria na população fora da força de trabalho no país, cerca de 66,5% no segundo trimestre de 2014. O cenário foi similar em todas as regiões. De acordo com a Pnad Contínua, um terço (34%) da população fora da força de trabalho era idosa, com 60 anos ou mais de idade. A faixa com menos de 25 anos de idade representava outros 29,2%, enquanto os adultos (de 25 a 59 anos) somavam outros 36,8%.

 

Sindicato aguarda audiência

 

O Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Preto aguarda o sinal verde ao pedido de audiência na semana que vem com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Mauro Borges, para discutir alternativa ao fechamento da fábrica de alumínio primário da multinacional Novelis na cidade histórica, anunciado em 16 de outubro. Como forma de protesto contra a suspensão das operações locais da companhia, o sindicato manteve ontem movimento de ocupação da Câmara Municipal e pediu, ainda, reunião com os membros da comissão de transição do governo de Minas Gerais, criada pelo governador eleito Fernando Pimentel.

O fechamento da fábrica, que opera há 80 anos, representará o corte de 350 empregos diretos e cerca de 450 postos de trabalho em empresas contratadas, estima o sindicato. Representantes da Novelis abriram negociação sobre os termos do desligamento dos trabalhadores, mas não houve acordo com o sindicato local dos metalúrgicos, que resiste à suspensão das atividades e propõe o envolvimento do poder público para atrair investidores interessados em assumir a usina.

O advogado do sindicato Renato dos Santos Lisboa afirmou, ontem, que em contatos iniciais com representante do Mdic a instituição recebeu a informação de que a pasta tem como acionar o seu núcleo de atração de investimentos na tentativa de trabalhar por uma solução que evite o fechamento da unidade industrial. “A empresa apresentou contrapartidas para o desligamento do pessoal, mas o sindicato trabalha é com a possibilidade de continuidade da fábrica”, afirmou. Em nota, a Novelis informou ter lançado na segunda-feira um núcleo de apoio profissional “para dar suporte aos seus profissionais neste momento de transição de carreira”. A companhia anunciou o fechamento em dezembro, como resultado da estratégia de concentrar suas operações no Brasil na produção de laminados de alumínio. 


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