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Estado de Minas

Gerdau adia expansão preparada para Minas

Grupo siderúrgico corta R$ 300 milhões do orçamento previsto para investimentos por causa da queda de pedidos no mundo


postado em 06/11/2014 06:00 / atualizado em 06/11/2014 07:44

Exploração de minério de ferro na reserva de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto: cenário sombrio (foto: Ivson Miranda/Divulgação )
Exploração de minério de ferro na reserva de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto: cenário sombrio (foto: Ivson Miranda/Divulgação )

A retração da economia brasileira e a demanda de aço menor que a esperada no mundo levaram o grupo siderúrgico Gerdau a reduzir em R$ 300 milhões o seu plano de investimentos neste ano, decisão que adia principalmente a expansão das operações de mineração do conglomerado em Minas Gerais. O novo orçamento revisado pela companhia em 2014 é de R$ 2,1 bilhões, representando um corte de 12,5%, e constitui valor inferior à média dos aportes realizados nos últimos três anos, de R$ 2,6 bilhões anuais, informou ontem o diretor-presidente da empresa, André Gerdau Johannpeter. Para ajustar a produção em suas unidades nos próximos meses, a empresa concederá férias a empregados em algumas fábricas e poderá propor o mecanismo da suspensão temporária de contratos.

“O cenário, hoje, mostra que devemos revisar os investimentos. Estamos trabalhando a um nível de 70% a 75% da capacidade produtiva, média observada no setor no Brasil e no mundo”, disse André Gerdau, em entrevista para comentar o balanço do terceiro trimestre. O grupo apurou queda de 3,5% nas vendas de janeiro a setembro, que somaram 13,5 milhões de toneladas, frente ao mesmo período do ano passado. O recuo se deve, em especial, ao consumo mais baixo na construção e civil e na indústria de transformação no Brasil e na América Latina. No trimestre analisado, os negócios encolheram 4,5%, ante ao período de julho a setembro de 2013.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de computados juros, impostos, depreciação e amortizações) caiu 13% no terceiro trimestre, influenciando na drástica redução de 59,2% do lucro líquido, de R$ 262 milhões no terceiro trimestre, frente aos R$ 642 milhões de um ano atrás. Apesar dos resultados, a Gerdau pôs em funcionamento neste mês uma linha de acabamento de bobinas a quente na usina de Ouro Branco, na Região Central de Minas, que permitirá seu ingresso no segmento de aço para autopeças, compressores, máquinas e implementos agrícolas.

Os investimentos na mineração de ferro na região de Ouro Preto, no entanto, estão sendo revistos, em decorrência da baixa das cotações da matéria-prima no mercado internacional, que já minguaram cerca de 40% em 2014. “A decisão é baseada num momento de mercado e na necessidade ajustes aos nossos resultados “, afirmou André Gerdau. A companhia opera com uma capacidade de produção de 11,5 milhões de toneladas de minério de ferro em Minas e planejava expandir esse volume a 18 milhões de toneladas anuais em 2016 e a 24 milhões de toneladas ao ano em 2020.

Diante do movimento desfavorável dos preços do ferro no exterior, definiu como foco direcionar a produção ao abastecimento da Gerdau Açominas, obtendo redução importante de custos operacionais da usina siderúrgica. Os investimentos na construção de uma linha de produção de chapas grossas na fábrica de Ouro Branco estão mantidos no momento. O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2016.

Alternativa


A estratégia de conceder férias aos empregados de algumas unidades já vinha sendo usada em julho para fazer frente ao desaquecimento do consumo de produtos siderúrgicos. O presidente da Gerdau não detalhou como a medida estão sendo implementada, mas informou que continuará a lançar mão dessa alternativa e da possibilidade de negociar a suspensão temporária de contratos de trabalho, conhecida como layoff. “São etapas que temos de seguir quando há queda de demanda com impacto nos resultados”, disse André Gerdau. Ele observou que o layoff foi adotado este ano no setor automotivo, grande cliente da indústria siderúrgica, especificamente nas fábricas da General Motors e da Mercedes-Benz.

O consumo de aço abaixo do previsto não é um problema limitado ao Brasil. Líder no mercado de aços longos nas Américas, o grupo Gerdau tem fábricas em 14 países, incluindo unidades na Europa e na Ásia. Segundo o presidente do conglomerado, a despeito da expectativa de crescimento do consumo na América Latina, a demanda no subcontinente está sendo suprida pelo grande avanço da produção chinesa. O Instituto Aço Brasil tem alertado sobre as dificuldades das empresas do setor perante um excedente de capacidade produtiva de aço no mundo estimado em 570 milhões de toneladas no ano passado, sendo a maior parte atribuída aos fornecedores chineses.


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