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Estado de Minas

Calor faz crescer comércio de produtos voltados para refrescar na capital

Alta das temperaturas neste início da primavera trazem a expectativa de que as vendas permaneçam elevadas


postado em 04/10/2014 06:00 / atualizado em 04/10/2014 07:13

(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A)
(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A)

Sol escaldante, temperaturas recordes na primavera e perspectivas de um verão quente. Em meio ao frio e nebuloso cenário macroeconômico mundial os empresários envolvidos nas vendas de sorvetes, picolés, açaí, água mineral e de gelo, enxergam no horizonte tempo firme e quente para os negócios. A estiagem das últimas semanas já fez a procura por esses produtos crescer de 20% a 40% no segmento que lucra com a sazonalidade. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), na última década o consumo brasileiro da sobremesa gelada cresceu 81,6%, atingindo no ano passado 1,2 milhão de litros.

Na alta temporada, que começa em setembro e vai até abril, as vendas do segmento de sorvetes chegam a dobrar. Época para reforço da equipe, de lançamentos de novos sabores e também de testar a expansão do negócio. Em Belo Horizonte, a Easy Ice, fabricante e vendedora de sorvetes, está com nove vagas abertas para o verão. “Está difícil encontrar mão de obra”, comenta Frederico Madeira, diretor da empresa. Nas últimas semanas, a sorveteria vendeu 25% a mais do que em agosto. Segundo o empresário, nesta temporada a ampliação na fabricação de sorvetes deve superar 15%. Já as vendas de picolés e acaí vão acelerar 50%.

Frederico Madeira diz que a ascensão da classe C contribuiu para elevar o consumo do produto gelado entre os brasileiros. Até o fim do verão, a empresa, que tem quatro lojas na região Centro-Sul, espera chegar a 100 pontos de distribuição na Grande BH. “A dificuldade para encontrar mão de obra nos fez optar pelos pontos de vendas ao invés da abertura de lojas próprias.”

Bastou pisar no supermercado ou passar em frente a uma sorveteria que o tempo seco faz a compra do produto entrar nos planos do consumidor . Ao contrário, no inverno, o baixo consumo faz os resultados do segmento despencar. Os amigos Gabriel Gonçalves, de 21 anos; Daniela Guerra, de 20; e Francisca Lina Campos, de 25; passaram pela sorveteria quando faziam o caminho a pé para a Savassi. “Está muito quente. Esse é jeito que encontramos para tentar amenizar esse calor”, contou Gabriel. Para Daniela, se não fosse o sorvete, seria um suco de frutas ou um açaí na tigela para refrescar. “Não tem como não tomar nada. Gasto uns R$ 15 por dia com suco, água e um sorvete ou picolé. Já fizemos este caminho pensando em parar aqui”, completa.

Os amigos Gabriel Gonçalves, Daniela Guerra e Francisco Limase renderam à sobremesa gelada(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press.)
Os amigos Gabriel Gonçalves, Daniela Guerra e Francisco Limase renderam à sobremesa gelada (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press.)

MOVIMENTO INTENSO


O proprietário da Sorveteria São Domingos, uma das mais tradicionais de Belo Horizonte, Domingos Dias Mantenedor, comemora a alta de 30% no movimento dos últimos dias com o calor intenso e espera o domingo chegar com estoque farto. Cerca de 700 pessoas passam pela sorveteria por mês e ajudam a desovar a produção de mais de 3 toneladas de sorvete, muitas vezes formando filas na porta da sorveteria. A expectativa do empresário é que no próximo domingo, dia de eleição, seu movimento acelere ainda mais. “Toda vez que tem eleição, minhas vendas dobram. Em uma das eleições, chegou a faltar produto, mas dessa vez estamos preparados, com estoque em alta para dar conta da demanda”, afirma. Ainda de acordo com Domingos, a temporada entre setembro e janeiro é a melhor para o setor.

Há 19 anos no mercado, Antônio Siqueira é dono da Sorveteria Almeida nos bairros Padre Eustáquio e Gutierrez. A marca criada pela família Almeida tem 40 lojas no estado, onde o movimento do verão já começou durante a primavera, com alta de até 40% nas venda de sorvetes. A bola sai por R$ 2 a bola, picolés por R$ 1,50 e açaís que refrescam por R$ 7, o pote com 300ml da fruta tropical. “Fabricamos diariamente o sorvete na própria loja. A receita foi criada pela família e este ano estamos lançando o sorvete mousse de limão.” Antônio já contratou três funcionários para reforçar o atendimento. Ele – que também faz festivais de sorvetes e participa de festas corporativas, de aniversários e em escolas – calcula que a demanda cresce pelo menos 10% no verão. “Quando não marcam com antecedência, às vezes não conseguimos atender.”

Na rede de supermercados Super Nosso, a alta das vendas de produtos ligados ao calor foi generalizada. Segundo a direção do grupo, em setembro, a rede vendeu 12% a mais em sorvetes, no comparativo com igual período de 2013. Também aumentaram os negócios com água mineral, em 24%, e sucos, 26%.

 

Claudia Lustosa está animada com o clima: vendas de vitaminas aquecidas nas últimas semanas(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Claudia Lustosa está animada com o clima: vendas de vitaminas aquecidas nas últimas semanas (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)

Lucros que não derretem

 

Fabricantes, distribuidores e vendedores de itens refrescantes, que vão da água aos sucos e açaís, passando pelos gelos que derrubam a temperatura das bebidas, lucram com o verão. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Àgua Mineiral (Abinam), mostram que o tempo seco e calorento tem efeito na produção, acelerando as vendas em cerca de 40%. O mesmo ocorre com o gelo. “No verão e no fim do ano, época de muitas festas, a demanda por gelo em escamas e em cubos cresce 30%. Muitas vezes o produto até falta, porque não conseguimos repor os estoques”, comenta Márcio Soares, sócio-proprietário do Posto Ponte Nova, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, Região Sul da capital.

Também está em alta o consumo de frutas, sucos e bebidas alcóolicas, como o chope. Fernando Júnior, proprietário da churrascaria Porcão em Belo Horizonte, calcula que no verão as vendas de chope na casa cresçam na ordem de 20%. Na Maria das Frutas, loja especializada em sucos e vitaminas, o movimento dobrou nas últimas semanas. Por dia, são vendidos mais de 100 copos de sucos ou vitaminas. Entre os preferidos da clientela está a tigela de açaí, o suco de laranja e a limonada suíça. A proprietária da loja, Cláudia de Melo Santos Lustosa, conta que precisou aumentar o quadro de funcionários para dar conta da demanda. “Tinha quatro funcionárias e contratei mais uma para este período entre setembro e janeiro. O calor interfere muito nas vendas e, se continuar desse jeito, pode ser que eu tenha que contratar mais pessoas ou que o temporário deixe de temporário”, explica.

Em outra lanchonete da capital, na Kid Lanches, o proprietário, Walter Gonçalves, comemora o sucesso nas vendas de sucos e vitaminas. O estoque de frutas no local é reposto todos os dias com 150 quilos de frutas que vêm direto da Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa). “Nos dias de calor intenso chego a vender 50% a mais de vitaminas, sucos e água. Todo mundo quer arrumar um jeito de se refrescar e dispensar esse calorão”, explica o pequeno empresário. Segundo ele, o suco de laranja é o queridinho do público, já que por dia ele gasta cerca de 100 quilos da fruta para atender a demanda. Além dos sucos naturais e de polpa, são vendidos mais de 20 litros de refresco por dia. (FM e MC)


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