Samuel Pessôa: é preciso 'resgatar a previsibilidade'

O setor privado precisa elevar a taxa de investimento e, para isso, é indispensável "resgatar a previsibilidade". A afirmação foi feita pelo economista Samuel Pessôa, um dos principais articuladores dos programas de governo do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, ao participar de debate com agricultores de soja e milho em seminário em Cuiabá.

Pessôa não detalhou quais as medidas que Aécio tomaria para a economia no primeiro ano no Planalto. O economista, contudo, lembrou do compromisso feito pelo candidato tucano esta semana em sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI), de elevar a taxa de investimento de 18% para 24% ao ano. "Esses seis pontos porcentuais (de alta nos investimentos) não virão do setor público. Talvez um ponto venha do setor público, mas o restante virá do privado", disse.

O aumento na taxa de investimento seria resultado da sinalização por Aécio de que haveria "horizonte" regulatório que não fira os recursos aplicados. "Acho que precisamos ter um sistema regulatório mais leve e isonômico, que trate todo mundo igualmente. Dê previsibilidade ao empresário que ele vai saber onde investir. E vamos cuidar de infraestrutura, com PPP ou concessão", sinalizou o economista.

Pessôa reconheceu, contudo, a eficiência do modelo de concessões de rodovias federais na gestão Dilma Rousseff. "Acho que o grupo político que está à frente do governo há 12 anos evoluiu muito. Esse grupo tinha medo de privatizar, mas acho que aprenderam com os erros", afirmou.

O economista do PSDB também apontou a reforma tributária como passo essencial do primeiro ano de Aécio, se ele vencer a corrida pelo Palácio do Planalto. "É preciso simplificar a carga tributária indireta. Não reduzir a arrecadação, que é outra questão, mas reduzir o custo de conformidade para o setor privado", disse.