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Estado de Minas

Por causa da Copa, lojas antecipam liquidações e dão descontos de até 70%

Saldões que normalmente ocorrem em meados de julho já são realidade na maior parte do comércio


postado em 05/07/2014 06:00 / atualizado em 05/07/2014 07:22

(foto: Marina Rigueira/EM/D.A Press)
(foto: Marina Rigueira/EM/D.A Press)
A Copa do Mundo aqueceu a venda em bares e restaurantes de Belo Horizonte. Por outro lado, os comerciantes de outros setores, como vestuário, reclamam do desempenho fraco nas vendas de junho. Apesar de ainda não ter sido divulgado um balanço oficial do mês pelas entidades que representam o varejo, especialistas apostam num fraco desenvolvimento das vendas. O motivo da desaceleração, além da Copa do Mundo, é a combinação da elevação da inflação com preços mais altos nas mercadorias e taxas de financiamento elevadas, que restringem o crédito e aumentam a falta de confiança do consumidor, reduzindo a propensão às compras. O descompasso entre estoques no comércio e as vendas explicam as liquidações de inverno antecipadas em boa parte das vitrines de BH, que anunciam descontos de até 70%.

O saldão que normalmente ocorre em meados de julho já é realidade na maior parte do comércio. Além do setor de vestuários e calçados, que já é tradicional na temporada de liquidações, o mercado de decoração, construção, eletroeletrônicos e eletrodomésticos também organiza ações para driblar o baixo desempenho das vendas. Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), em dias de jogos o comércio tem queda de 30% a 35% no seu movimento. No sábado passado, houve um baixo fluxo de pessoas nos corredores comerciais, refletindo em baixa venda no melhor dia da semana.

Na Savassi, região que recebeu maior movimento em dias de jogo, chegando a um público de 20 mil pessoas, o desempenho só foi bom para bares e restaurantes, de acordo com a presidente da Associação de Lojistas da Savassi (ALSA), Maria Auxiliadora Teixeira de Souza. “O comércio em geral tinha que fechar as portas em dias de jogos. Nossa perda nesses dias chegou a 100%. Somente os bares e restaurante ficaram abertos”, afirma. Para ela, a saída para driblar o baixo movimento está nas promoções antecipadas, que podem desovar os estoques. “Temos de fazer caixa para pagar as despesas, como aluguel e funcionários.”

Só jogo

Gerente de uma loja na região, Leia Oliveira garante que as vendas de junho ficaram abaixo da expectativa. Com uma perda de quase 20% em relação ao mês anterior, para alavancar o movimento, metade da loja está com descontos que chegam a 50%. “Sempre fazemos promoções, mas a Copa levou à antecipação das ações. Ninguém quer saber de comprar agora. Tá todo mundo ligado nos jogos”, afirma.

No entanto, as estratégias não têm conquistado muito clientes, como a consumidora Ana Paula César Leal Costa. De acordo com ela, mesmo com anúncios de descontos de até 70%, os preços continuam nas alturas. “Não está compensando. Só compro quando vejo que está realmente em promoção. Às vezes eles colocam na vitrine um desconto, mas quando você pega a peça o preço está a mesma coisa ou até mais caro. Isso ocorre principalmente agora, com a Copa, porque a cidade está cheia de turistas”, afirma.

Outra alternativa para amenizar a queda nas vendas da região foi transformar a loja de roupas e acessórios em bar. Na UST, as araras de roupas dividem espaço com dois freezers de cerveja. “Não estava vendendo nenhuma roupa e os bares e restaurantes ganhando dinheiro. Tive a ideia e com a ajuda do meu filho resolvemos improvisar o bar”, afirma a proprietária da loja, Aila Portugal. Nos dias de jogos do Brasil ela chegou a vender quase 2 mil latões a R$ 5 cada um, além de refrigerantes também a R$ 5 e água a R$ 3. “Foi a nossa salvação. Já que os clientes não querem comprar roupa, vamos nos reinventar até o setor voltar a se aquecer.”


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