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Estado de Minas

Jogo da Seleção em BH vai incrementar vendas do setor de alimentos e bebidas

Com jogo no Mineirão, bares da Savassi e da Pampulha, supermercados e açougues vão ampliar vendas. Perto do estádio, moradores e ambulantes esperam lucrar mais


postado em 26/06/2014 06:00 / atualizado em 26/06/2014 07:37

A Loja Status, na Rua Pernambuco, aumenta o estoque de cerveja para o jogo da Seleção Brasileira contra o Chile, sábado(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
A Loja Status, na Rua Pernambuco, aumenta o estoque de cerveja para o jogo da Seleção Brasileira contra o Chile, sábado (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

Quando a Seleção Brasileira entrar em campo no sábado para enfrentar o Chile, no Mineirão, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, um time de empresas e trabalhadores estará com a vitória garantida pelo incremento na venda de produtos e serviços. Reforçando estoques de cerveja, bares da Savassi e da região da Pampulha, que recebem mais torcedores, esperam aumentar em até 50% as vendas de bebida em relação ao outros jogos na capital. Em relação fins de semana normais, há que contabilize alta de 500%.

Entre os ambulantes na região do estádio a expectativa é de vendas até 40% maiores e entre os moradores o lucro vem do uso de lotes e quintais como estacionamento. Supermercados e açougues esperam aumentar vendas em até 40% e 30%, respectivamente. Nas distribuidoras de bebida, as encomendas triplicaram e nos hotéis, a simples classificação do Brasil para as oitavas elevou em 20% a procura por vagas.

Na Savassi, o estoque foi reforçado e cada bar na região vai ter, em média, 5 mil latas de cerveja para venda, além de um volume maior de cachaça e de carne. Proprietário de um dos bares mais movimentados no quarteirão fechado da Rua Pernambuco, o Espetim Savassi, Leonardo Souza conta que o movimento nessas duas semanas chega a ser 500% maior do que o de fins de semana normais. “Estamos refazendo estoque todos os dias, recebendo cervejas e carnes todos os dias. São oito geladeiras de cerveja, vendemos entre 700 e 800 espetinhos por dia e cerca de 500 caipirinhas”, lembra Leonardo que afirma ainda vender apenas 30 caipirinhas em um dia normal.

Já no Rei do Pedaço, o proprietário Plínio Gianeli, espera vender cerca de 4.000 cervejas. “Estamos reforçando o quadro de funcionários, estoque de pizzas e furtas e cachaça para caipirinha. Nosso movimento vai ser ainda maior do que o registrado na segunda-feira”, diz Plínio. Na Status, o gerente Gustavo Batista ressalta que reforçou além do estoque, a segurança. “Esperamos um movimento 20% maior do que o que está sendo registrado até agora. Já tivemos que fechar a casa várias vezes, porque atingimos a lotação máxima. No sábado não será diferente”, diz Gustavo.

“Quanto mais a gente se prepara, mais nós somos surpreendidos. Estamos com um estoque de quase duas mil cervejas para sábado. Não temos mais porque não suportamos, não damos conta de gelar”, revela a comerciante Rosangela Zaidan, proprietária do Axé da Bahia. Nas ruas próximas aos quarteirões fechados, onde ocorre a festa, os comerciantes também esperam aumentar o faturamento. No Bar do João, o estoque de cerveja em lata foi reforçado. São mais de 3,5 mil latões que o proprietário João Antônio Pimenta, espera vender em apenas um dia. “Nosso movimento dobrou e estamos confiantes que vem outra dobradinha no sábado, com o jogo do Brasil aqui”, afirma.
No Restaurante Axé da Bahia, na Rua Antonio de Alburquerque, o estoque de cerveja também foi reforçado(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
No Restaurante Axé da Bahia, na Rua Antonio de Alburquerque, o estoque de cerveja também foi reforçado (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

Lucro de ocasião

Na Pampulha, o desempregado Rúbio Graziano decidiu aproveitar o vaivém de torcedores em frente a sua casa, no Bairro Ouro Preto, para vender churrasquinhos (R$ 5 cada), latões de cervejas (R$ 5) e latinhas de refrigerantes (R$ 4) durante a Copa. No vizinho Bairro São Luís, o representante comercial Cristiano Rolim montou uma churrasqueira no quintal de sua residência, onde negocia espetos de boi, linguiça e de pedaços de frango enrolados em bacon – as mercadorias custam R$ 5 cada. Ambos comemoram o faturamento e acreditam que, no próximo sábado, quando o Mineirão será palco do duelo Brasil e Chile, o lucro será bem maior.

“Deve crescer uns 30%”, disse Rúbio enquanto atendia um grupo de ingleses que resolveram provar os medalhões preparados pelo morador do Ouro Preto antes de chegarem ao estádio, a cerca de 1,5 quilômetros de lá. “Vendo, em média, 15 dúzias de churrasquinhos (180 unidades). Os fardos também estão com boa saídas e, no dia do jogo do Brasil, vou aumentar a quantidade em pelo menos dez caixas”, adiantou o rapaz.

Cristiano Rolim, o morador do São Luís, também está animado com a partida dos comandados de Luiz Felipe Scolari: “Vendi cerca de 350 unidades de todos os produtos (churrascos, cerveja e refrigerante) durante as partidas. Para o jogo de sábado, espero um aumento de 40%”, conta o representante comercial. Rolim ainda lucra com a garagem do imóvel: ele oferece cada uma das quatro vagas por R$ 50, como indica uma placa de papelão na entrada da residência, a cerca de dois quilômetros do Mineirão. “Há um rapaz aqui perto, cujo lote (sem construção) comporta 80 veículos. Ele cobra R$ 60 de cada cliente”, contou Cristiano.

Garagens e lojas Alugar vagas para torcedores que vão ao Mineirão de carro é um bom negócio para os moradores da região. Vários oferecem a própria garagem, como é o caso do aposentado César Braga, que mora no Ouro Preto e cobra R$ 40 pelo serviço. “Aqui cabem oito veículos. No último jogo, preenchi as vagas em menos de uma hora. No sábado, em razão do jogo do Brasil, provavelmente todas estarão ocupadas em 30 minutos”.

Lojistas da região também aproveitam a multidão de torcedores para faturar mais. Nas imediações do estádio, por exemplo, uma floricultura negocia cerveja. Uma loja de rodas para automóveis optou por fechar as portas, durante as partidas para que o espaço em que os clientes estacionam seus veículos seja usado para vender churrasquinhos, cervejas, refrigerantes e água. “Vale a pena fechar a loja e vender esses produtos. Estamos negociando cerca de 400 churrasquinhos. No sábado, serão pelo menos 500 espetos”, deseja Luana Gomes, filha da dona da loja.

Ganho com o churrasco

Zulmira Furbino

Neste fim de semana, os supermercados já entram em campo com o jogo ganho. De acordo com a Associação Mineira dos Supermercados (Amis), em média o crescimento das vendas durante a Copa será de 20%, mas há estabelecimentos que já contabilizam 40% de avanço no faturamento em comparação com igual período do ano passado. “Nos dias de jogos do Brasil, as vendas são maiores porque a família se reúne e o consumo nas lojas cresce”, diz Adilson Rodrigues, superintendente da Amis.

No grupo Super Nosso, a gerente de marketing Rafaela Kayser Nejen de Almeida diz que a expectativa para este fim de semana é elevar as vendas entre 12% e 15%. “Mas podemos crescer mais do que isso, já que num jogo do Brasil em fase mais avançada do torneio aumenta o envolvimento dos brasileiros com o campeonato”, explica. Segundo ela, na linha de cervejas a elevação de vendas nas lojas do supermercado é de 20%.

Nos açougues da cidade, o jogo do Brasil no sábado também promete aquecer as vendas. Na Casa de Carnes Denise (Bairro do Carmo), o proprietário Cléber Amaral espera que o jogo impulsione as vendas dos produtos específicos para churrasco em 20%. No açougue Sion Carnes, o gerente Geraldo Antônio Santos espera vender mais picanha, contra-filé, linguiça, asinha, coraçãozinho e paõ de alho. “Aumentei o estoque em 30% porque essa é a nossa expectativa de expansão de vendas. Nos outros jogos não me preparei e faltou mercadoria”, disse.

Distribuidoras Daniel Liboreiro, sócio da Beberaria Distribuidora de Bebidas, no Bairro Liberdade, na Pampulha, conta que o movimento triplicou desde o início do Mundial. “A gente esperava vender o dobro, por isso esse aumento de 300% nos supreendeu”, disse. De acordo com ele, nos dias de jogos do Brasil a demanda nos bares cresce e, com ela, a da Beberaria, que atende toda a região da Pampulha. “O pessoal tende a beber próximo de casa para evitar blitze”, explica. Já na Mamãe Bebidas, no Bairro Floresta, a expectativa é de elevação de 30% nas vendas de cerveja neste sábado. 


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