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Estado de Minas

Após alta em janeiro, indústria volta a crescer em fevereiro puxada pelos bens duráveis

Resultados do primeiro bimestre ajudam a anular as perdas de novembro e dezembro


postado em 03/04/2014 06:00 / atualizado em 03/04/2014 06:49

A produção industrial do Brasil cresceu 0,4% em fevereiro, depois de alta de 3,8% em janeiro. Esse desempenho, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anula a queda acumulada em novembro e dezembro, de 4,2%. A desaceleração no ritmo de crescimento entre janeiro e fevereiro, no entanto, se deve, segundo o economista do IBGE André Macedo, ao fato de que no primeiro mês do ano partiu-se de uma base muito deprimida, destacando ainda mais o contraste em relação ao período anterior. Em relação a fevereiro de 2013, a alta foi de 5%, nesse caso sem o ajuste sazonal.

A maior elevação registrada no segundo mês do ano foi para o setor de bens duráveis, que se expandiu 3,3%. Em relação ao ano passado, a ampliação foi de 20,9% — automóveis e TVs puxaram o índice. No segmento de bens de capital, a alta acumulada em um ano chega a 12,4%. “Embora esses setores se destaquem, o mais importante é o perfil disseminado do crescimento”, disse Macedo. Entre 27 ramos de atividade pesquisados, 19 apresentaram ganho em relação a janeiro.

Apesar do crescimento, a indústria segue em patamar inferior ao auge, ocorrido em maio de 2011. De lá para cá, a queda foi de 2,7%. Retomar, ou ultrapassar esse nível de produção, não é algo com que se possa contar, pondera Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. “Há muito vaivém no índice, provocado pelos incentivos que o governo concede para um ou outro setor.”

Zeina acha que a produção industrial brasileira será sacrificada neste ano por medidas de contenção do consumo, necessárias frente ao quadro de inflação em alta. Os receios são compartilhados por vários analistas de mercado. “Esperamos que a indústria brasileira tenha uma reversão dos ganhos recentes nos próximos meses. Apesar do começo de ano positivo, nossa previsão é de que o setor cresça 1% em 2014”, afirmou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. Em 2013, a expansão foi de 1,2%.

SALÁRIOS CORRIGIDOS Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que 87% dos reajustes salariais das 671 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços no Brasil conquistaram aumento real dos salários em 2013, ficando acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com a pesquisa divulgada ontem, 7% conquistaram aumentos em valor igual ao incremento do custo de vida, e 6% tiveram reajustes insuficientes para recompor o valor dos salários desde a última data-base, de acordo com comparação como INPC. O aumento real médio em 2013, no entanto, foi pequeno, de apenas 1,25%. Ou seja, se a pessoa ganhava R$ 2 mil, por exemplo, seu salário aumentou para R$ 2.020, já descontando a inflação.

Os dados de 2013 evidenciam um recuo em relação ao quadro analisado em 2012, o melhor ano para a negociação dos reajustes salariais, de acordo com a pesquisa do Dieese, quando 95% das negociações resultaram em aumentos reais. De acordo com o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, os números estão próximos aos observados em 2011. “É um resultado que já era esperado no balanço do primeiro semestre de 2013, por conta dos altos índices do INPC, que alcançou o pico, 7,22%, em abril. Quando a inflação está mais alta fica mais difícil negociar os reajustes”, explica.


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