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Estado de Minas

Valorização do café alimenta rede de serviços e produtos que prosperam no entorno do grão

As cafeterias não servem apenas como loja-modelo para alavancar o faturamento das lavouras de produtores mineiros. Muitos aproveitam o espaço para diversificar o leque de produtos e serviços


postado em 09/02/2014 07:00 / atualizado em 09/02/2014 07:35

A cafeteria de Luiz Paulo Dias, a Unique Cafés, cresceu 100% em 2013(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
A cafeteria de Luiz Paulo Dias, a Unique Cafés, cresceu 100% em 2013 (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

Três Corações e São Lourenço – Em São Lourenço, no Sul de Minas, o produtor Luiz Paulo Dias Pereira Filho e dois primos do mesmo ramo também decidiram abrir uma cafeteria para servir como loja-modelo do café produzido nas fazendas da família. Tanto o estabelecimento quanto a marca própria levam o nome Unique Cafés. Em 2005, o Unique venceu os três primeiros lugares do Cup of Excelence, um dos principais concursos de cafés especiais do planeta. A bebida vencedora obteve nota 95,85, numa escala de zero a 100. É a maior pontuação de todas as edições, o que também serve como marketing para a cafeteria, aberta há dois anos. “Nosso crescimento foi de 100% de 2012 para 2013”, revelou.

Boa parte das cafeterias brasileiras oferece drinques e shakes à base de café. É o caso da Academia do Café, que funciona na Rua Grão Pará, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O dono do empreendimento, Bruno Souza, também é produtor em Campos Altos, no Alto Paranaíba, de onde vem boa parte dos grãos que se transformam em drinques, como os gelados shakennia (duas doses de expresso com uma bola de sorvete).

“Só trabalhamos com café com pontuação acima de 84. A venda do nosso café torrado cresceu cerca de 40% nos últimos dois meses”, destaca Bruno, que é Q-Grader (avaliador de cafés especiais) licenciado e presidente da Beccor, importadora americana de cafés especiais brasileiros.

TURISMO

As cafeterias não servem apenas como loja-modelo para alavancar o faturamento das lavouras de produtores mineiros. Muitos aproveitam o espaço para diversificar o leque de produtos e serviços. Na Unique Cafés, por exemplo, os sócios oferecem um passeio turístico a fazendas produtoras. O passeio inclui idas às lavouras e locais onde os grãos são beneficiados.

“As pessoas têm interesse em conhecer a produção de café especial. Montamos a rota há quatro anos e o percurso dura, em média, cinco horas”, informou Luiz Paulo Dias Pereira Filho, um dos sócios da Unique, acrescentando que o preço por visitante é de R$ 80. “Pessoas com até 12 anos de idade pagam R$ 40.”

Bruno Souza, da Academia do Café: grãos selecionados para drinques(foto: Tulio Santos/Esp. EM/D.A Press)
Bruno Souza, da Academia do Café: grãos selecionados para drinques (foto: Tulio Santos/Esp. EM/D.A Press)
Em Belo Horizonte, a Academia do Café, além de servir bebidas de qualidade, oferece drinques e funciona como um espaço de treinamento, aprendizado e formação técnica. Um dos cursos oferecidos no local é o de certificação e exame Q-Grader, que prepara o profissional para avaliar cafés a nível internacional.

O curso, com duração de 48 horas, é destinado a profissionais do ramo de café e oferece aos alunos teoria e técnicas de cupping, seguindo normas internacionais. São 12 alunos por turma e o investimento, pago à vista, fica em R$ 4,3 mil. “Oferecemos cursos de barista iniciante, classificação e degustação (da bebida), torra, além da venda de café especial”, disse Bruno Souza, proprietário do lugar.

ESTÉTICA

No Sul de Minas, parte da clientela do Café Grão da Terra aproveita o espaço para comprar e negociar a venda de cosméticos feitos com extrato de café. O óleo de banho (frasco com 120ml), por exemplo, custa R$ 31,80. É o mesmo preço da loção corporal (pote de 370ml).

Leia mais sobre o café nesta segunda-feira (10)


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