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Estado de Minas CONJUNTURA

FMI reduz de novo estimativa do PIB

Fundo projeta que economia brasileira crescerá 2,3% ante os 2,5%. Baixo nível de investimentos deve afetar expansão


postado em 22/01/2014 06:00 / atualizado em 22/01/2014 06:28

Brasília – As previsões para o Brasil sofreram mais um baque. Nessta terça-feira foi a vez de o Fundo Monetário Internacional (FMI) se render à realidade e revisar números do Produto Interno Bruto (PIB) nacional: derrubou as projeções para 2014, de 2,5% para 2,3%, e para 2015, de 3,2% para 2,8%. O organismo ainda deixou claro que o país segue na contramão do restante do mundo. De acordo com o estudo Panorama Econômico Global, o avanço da economia brasileira ficará abaixo da média calculada para a América Latina, de 3%, neste ano, e de 3,3%, no próximo.

O país ainda estará na lanterna entre as nações emergentes que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O FMI informou que várias economias emergentes, apesar de se beneficiarem com a recuperação da demanda externa dos países desenvolvidos e da China, ainda estão com seus mercados internos crescendo menos do que o esperado.

É o caso do Brasil e da Rússia, que tiveram suas projeções reduzidas tanto para 2014 quanto para 2015 em relação ao último levantamento de outubro. Enquanto o corte da economia brasileira ficou em 0,2 e 0,4 ponto percentual em cada ano, o da russa foi de 0,1 ponto percentual para ambos os períodos.

Mergulhado em um cenário turbulento, com preços em escalada, redução do consumo das famílias e baixo nível de investimentos, o Brasil se ressente também do fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos, da alta do dólar frente o real e do aumento de juros pelo Banco Central. Na visão do fundo, esse quadro deve afetar investimentos e o potencial de expansão do país. “Existem condições cíclicas, no sentido de que a inflação estava na parte mais alta da banda da meta e o Banco Central precisou elevar a taxa de juros, achamos que isso vai pesar sobre o investimento”, avaliou Thomas Helbling, chefe da divisão de estudos econômicos mundiais do FMI.

O economista observou ainda que questões estruturais no Brasil afetam a taxa de expansão do país, sobretudo a dificuldade em elevar os investimento e a precariedade da infraestrutura pública. “Temos necessidade de lidar com essas questões para que o crescimento possa se acelerar no Brasil”, disse. Helbling afirmou que a expectativa é de que o setor externo e as exportações melhorem em 2014. Ele explicou que o fortalecimento do crescimento global, em particular dos Estados Unidos, deve ser bom para o Brasil.

Para especialistas, no entanto, as previsões ainda não teriam encontrado um piso. Conforme os dados da economia comecem a ser divulgados, a tendência é de o FMI se aproximar do que o mercado financeiro espera. No fim de 2012, por exemplo, a expectativa, no Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC, era de que neste ano o país avançasse 3,81%. Na segunda-feira, essa projeção chegou a 2% e, até o fim de 2014, pode encolher mais.

“O FMI está até otimista e provavelmente veremos novos ajustes”, observou Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos. “Os números deles, no entanto, mostram que a economia brasileira não consegue apresentar um desempenho melhor do que a média registrada de 2011 para cá, algo entre 2% e 2,5%”, afirmou. “O baixo desempenho da produtividade também afeta nosso crescimento”, argumentou Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do BC. “Precisamos de uma série de reformas que permita ao trabalhador produzir mais do que atualmente. Temos de tirar gente de funções burocráticas e que não agregam nada ao PIB”, argumentou.

ALERTA O FMI ainda alertou que parte dos países em desenvolvimento, especialmente com grandes déficits em transações correntes e fraqueza doméstica – como o Brasil –, podem sofrer com uma forte fuga de dólares. Caso o Federal Reserve, o banco central norte-americano, reduza mais os estímulos monetários, a expectativa é de aumento da divisa norte-americana e de saída de investidores estrangeiros.


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