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Estado de Minas

Aumento de juros do PSI desanima empresários da indústria

Anúncio foi feito por Mantega no evento anual da Confederação Nacional da Indústria (CNI)


postado em 12/12/2013 06:00 / atualizado em 12/12/2013 08:32

Enquanto a presidente Dilma Rousseff se esforçava para prestigiar cerca de 2 mil empresários reunidos no principal evento anual da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ontem, em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, jogou água no chope da plateia ao anunciar aumento de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). No corredores do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, havia crítica generalizada em relação à falta de tato do governo.

Durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria (Enai), Mantega fez um anúncio que parecia (para ele) positivo: a manutenção do PSI em 2014. Mas ele não parou por aí e revelou que as taxas dos financiamentos para compras de máquinas, equipamentos, ônibus e para a exportação vão subir, em média, de 4% a 6%.

“Essa atitude do ministro Mantega esfriou os ânimos do setor exportador. Ficou claro que o segmento não é prioridade para o governo”, reclamou um representante da indústria que pediu anonimato. “Anunciar que os juros vão subir em um evento em que a indústria tenta recuperar a competitividade não é adequado”, completou.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abniee), Humberto Barbato, a alta dos juros dos empréstimos do PSI foi elevada. “São 50% de aumento, apesar de os juros ainda estarem em um nível abaixo da Selic (taxa básica da economia), que está em 10%”, disse ele. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, lamentou o aumento dos juros, mas demonstrou otimismo. “É claro que a gente gostaria que o PSI ficasse no nível de antes. Mas quando a gente vê taxas em torno de 4% e 6%, elas são muito atrativas para o investimento, principalmente, considerando hoje uma taxa Selic de 10%”, afirmou.

Dilma Rousseff aproveitou para rebater as críticas ao excesso de otimismo das previsões de seu governo. Nesse sentido, ela parafraseou o presidente Juscelino Kubitschek: “O otimista pode errar, mas o pessimista já começou errado.” Depois dela, três ministros tiveram a palavra. O primeiro foi o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel, que foi breve e destacou o tema do encontro. “Estamos construindo um novo consenso, que é a competitividade, assim como foi no passado a democracia, a estabilidade monetária e a inclusão social”, afirmou. A segunda exposição ficou a cargo do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que adiantou que a visita do presidente francês, Francois Hollande, amanhã, “trará novidades” na área do programa Ciência sem Fronteiras. Por fim falou Guido Mantega.

“Pernas mancas” Tanto Dilma quanto Mantega exaltaram o fato de a inflação estar há 10 anos “dentro da meta”. Mas o ministro da Fazenda usou uma expressão no mínimo inusitada para descrever o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para um dos principais formuladores da política econômica do país, “a economia brasileira está crescendo com duas pernas mancas”. “De um lado, o crédito ao consumo está mais escasso; do outro, a crise internacional ainda rouba nossa capacidade de crescimento”, disse. Ele reforçou que, mesmo diante das dificuldades, o país tem reagido bem à crise internacional.

“Estamos crescendo mesmo com o vento desfavorável”, mencionou Mantega. Prova disso, continuou ele, é que o recolhimento de tributos e impostos federais bateu novo recorde em novembro, repetindo o bom desempenho registrado do mês anterior. “A arrecadação já subiu em outubro, atingindo R$ 100 bilhões. Agora, em novembro, vai passar dos R$ 110 bilhões”, entregou o ministro, antecipando em mais de duas semanas o dado que será divulgado pela Receita Federal somente no fim do mês.


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