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Estado de Minas

Instabilidade ronda a Petrobras

A falta de um consenso entre o conselho da empresa e o Ministério da Fazenda leva a altos e baixos das ações


postado em 13/11/2013 06:00 / atualizado em 13/11/2013 08:19

As divergências entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e a presidente da estatal, Graça Foster, continua dando munição a especuladores do mercado financeiro. Ontem, a simples convocação de uma reunião extraordinária do conselho, para as 15h, no prédio da estatal em Brasília, inflou a expectativa geral de que a proposta de uma nova metodologia para os preços dos combustíveis seria discutida.

Assim que a informação constou na agenda atualizada do ministro, os papéis da empresa saíram do vermelho e começaram a subir. Horas depois, o movimento se inverteria, diante da breve declaração do próprio Mantega ao chegar para o encontro, negando que o assunto seria tratado. Suas ações, juntamente com as do Banco do Brasil, levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) a fechar em queda de 1,56%. As ordinárias (ON) tombaram 3,57%, e as preferenciais (PN), 2,68%.

Há pelo menos duas semanas, desde a divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre da Petrobras, em 25 de outubro, a defesa firme e pública da diretoria-executiva pelo aumento dos preços da gasolina e do diesel, de preferência ainda este ano, além da adoção de uma fórmula de ajustes periódicos e automáticos, seguida das negativas do ministro em relação ao “gatilho” vem provocando movimentos alternados de euforia e de pessimismo no valor das ações da Petrobras. A única certeza é que os ânimos entre os dois lados contrários estão acirrados.


Na saída do prédio, às 17h10, Mantega foi novamente questionado pelo batalhão de repórteres que o aguardava sobre o conteúdo da reunião. A exemplo da primeira vez que comentou sobre o tema reajuste de combustíveis, mandou perguntarem para Graça Foster. Na última oportunidade em que foi provocado sobre o tema, Mantega derrubou as ações da Petrobras ao chamar de “afogadilho” a proposta para dar previsibilidade ao caixa da estatal. Nesse meio-tempo, informações vazadas do próprio Palácio do Planalto colocaram mais lenha na fogueira. O ministro pediu que a presidente Dilma Rousseff desmentisse rumores sobre seu suposto sinal verde para o pleito da petroleira.

“A gente não comenta o que foi tratado em reunião de conselho. Nem deveria estar falando isso, mas o fato é que não tratamos de reajuste de combustíveis”, afirmou Graça Foster ao sair da sede, uma hora depois do ministro. A reunião ordinária do conselho, cuja pauta tratará do modelo proposto, está marcada para o dia 22. Até lá, a tendência é que ocorram novas oscilações com base em afirmações e desmentidos de autoridades e executivos. Segundo fontes do Planalto, Mantega resiste à metodologia de reajuste, mesmo reconhecendo a necessidade de corrigir a defasagem dos preços da gasolina e do diesel. O receio é de que os aumentos periódicos representem mais uma indexação da economia.

Cuidados


Ameaçada de ter as suas notas de crédito rebaixadas e com uma piora crescente na proporção entre suas dívidas e seu patrimônio, que já passa de 34%, a Petrobras está em situação que inspira cuidados. Mas analistas ressaltam que os recentes embates entre a diretoria da estatal e o seu controlador, a União, ameaçam a confiança de seus investidores no longo prazo. “É impossível o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aceitar uma proposta de indexação de um preço básico da economia sem ponderações, levando em conta indicadores passados e futuros. Por outro lado, a companhia precisa apresentar ao mercado uma saída para seu elevado endividamento”, diz o consultor Renê Garcia Júnior, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


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