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Estado de Minas

Casar está caro e noivas protestam no Centro de BH

Altos preços dos serviços relacionados com a cerimônia e tributos elevados geram insatisfação e manifestação em BH


postado em 24/07/2013 06:00 / atualizado em 24/07/2013 07:41

Elas fizeram manifesto também contra o peso da carga tributária no Brasil, que fechou 2012 em R$ 1,59 trilhão, o equivalente a 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB). (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. )
Elas fizeram manifesto também contra o peso da carga tributária no Brasil, que fechou 2012 em R$ 1,59 trilhão, o equivalente a 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB). (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. )

Quem passou nessa terça-feira pela Praça Sete, no coração de Belo Horizonte, por volta do meio-dia se surpreendeu com cinco noivas empunhando cartazes em protesto contra os elevados preços cobrados no mercado de casamento, no qual o aluguel de um vestido simples supera R$ 1 mil. Elas fizeram manifesto também contra o peso da carga tributária no Brasil, que fechou 2012 em R$ 1,59 trilhão, o equivalente a 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB).

O criativo protesto teve ainda o objetivo de divulgar a Fashion Noivas Show Room, uma feira com preços que levam o conceito outlet – o evento ocorrerá de 26 a 28 de julho no Hotel Quality, no Bairro Serra. O mercado de noivas é um eldorado para muitos empresários, que deve movimentar R$ 16 bilhões no Brasil este ano, segundo a Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais (Abrafesta).

O valor é 8% acima da cifra apurada em 2012. Já o percentual de crescimento é mais de três vezes superior ao aumento do PIB nacional, que deve crescer 2,28%, segundo projeção divulgada na segunda-feira pelo relatório Focus – o documento é elaborado pelo Banco Central com base em consultas a cerca de 100 economistas do país.

Boa parte do faturamento das empresas que atuam no setor de casamento, porém, será repassada ao fisco em forma de impostos. Para se ter ideia, levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) revelou que, em média, 34,67% do preço de um vestido de noiva são relacionados aos tributos federais, estaduais e municipais. No buquê de flores, o percentual é de 17,71%. Nos convites impressos, 24,32%.

“O Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo. Há 18 anos, os tributos significavam 23% do PIB. Hoje, quase 40%. Ainda temos de arcar com custos que teoricamente seriam do governo, como planos de saúde, segurança, escola particular etc. O Brasil tem impostos de Primeiro Mundo e condição social de país atrasado”, disse Bruno Falci, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).

Jordânia Duarte, de 20 anos, sabe bem o que o peso dos impostos representa no seu orçamento. Ela foi uma das mulheres que se vestiram de noiva, ontem, na Praça Sete: “Vou me casar em setembro. Deverei gastar de R$ 25 mil a R$ 28 mil. Acredito que 45% do que desembolsarei será de impostos”. Ela e as outras quatro noivas são funcionárias da Fashion Noivas, que promoverá a feira e organizou o protesto que chamou a atenção de muita gente.

Surpresa

 

O criativo protesto teve ainda o objetivo de divulgar a Fashion Noivas Show Room, uma feira com preços que levam o conceito outlet(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. )
O criativo protesto teve ainda o objetivo de divulgar a Fashion Noivas Show Room, uma feira com preços que levam o conceito outlet (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. )
Sirlene Alves, por exemplo, ficou encantada com a beleza dos vestidos. Mas se surpreendeu ao saber que o mercado de casamento está inflacionado: “Sou casada há 22 anos. Minha filha pretende subir ao altar no ano que vem, mas acabei de saber que o aluguel de um vestido é aproximadamente R$ 1,5 mil. Chegará um dia em que as pessoas não vão mais se casar. Não porque elas não vão querer, mas em razão dos preços”.

Raphael Costa Xanchão, porta-voz da Fashion Noivas, lamenta a situação atual do mercado de casamentos. “O segmento não comercializa apenas produtos. Também vende sonhos. O problema é que há profissionais abusando dos preços”, reforçou o rapaz enquanto as cinco noivas exibiam cartazes reivindicando o fim dos valores abusivos no ramo.

O protesto, porém, não evitou comentários de alguns marmanjos que trabalham no Centro de BH. Um deles desejou se casar com uma das noivas: “Se elas estão à procura de um noivo, estou disponível. Me casaria com qualquer uma delas”, disse o rapaz, que preferiu o anonimato.


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