Os portais especializados ajudam a organizar os pagamentos, geram guias, calculam benefícios e salários. Os aplicativos de celular oferecem um sistema moderno para o registro do ponto, em que o patrão consegue, de onde estiver, acompanhar o horário em que a doméstica começou e deixou o serviço. A regulamentação da PEC das Domésticas foi aprovada na comissão especial do Senado e esta semana deve ser votada no plenário da Casa e seguir para a Câmara e depois para a sanção da presidente Dilma Rousseff. A partir daí as regras se tornam obrigatórias.
Com interface e manuseio simples o portal Webhome (www.webhome.com.br) já conta com 1,5 mil usuários, em dois meses de funcionamento. Do total, 20% dos acessos partem de Minas. O sócio-diretor João Pedro Tonini explica que o primeiro cadastro é gratuito, assim como o registro do primeiro funcionário, mas que, a partir do segundo cadastro, há o pagamento de R$ 20 por mês. Para ter acesso ao serviço, basta cadastrar a data de contratação da doméstica e todos os dados relacionados à rotina do empregador e da trabalhadora. A partir disso, o site gera alertas e os envia por e-mail para que o pagamento do salário seja feito, com valores ajustados. “Pouca gente sabe exatamente quanto vai para o funcionário, para o governo e o quanto sai do seu bolso. O site acaba dando a oportunidade de fazer o acompanhamento”, explica Tonini.
O desenvolvimento do site, segundo Tonini, começou no ano passado, apoiado apenas em boatos sobre a criação de uma nova lei das domésticas. Hoje, mesmo diante da perspectiva de que haja demissões no setor, ele garante que esse é um mercado promissor. “Existem milhões de trabalhadores domésticos e sabemos da rotatividade desse profissional. Além disso, estamos oferecendo conveniência para o empregador, que poderá fazer tudo na mesma ferramenta. É isso que as pessoas estão buscando”, defende.
Na mão A empresa mineira MobTech (www.mobponto.com.br) também se adaptou às discussões para ter um modelo de negócio rentável focado apenas no registro de ponto. O desenvolvedor Guilherme Lucinda se uniu a um sócio, com quem desenvolveu um software de registro de ponto para celulares. Eles adaptaram o produto para as empregadas domésticas e, em um mês, viram cerca de 100 pessoas se render ao aplicativo. “A principal dificuldade do livro de ponto é fazer um controle transparente e o aplicativo vem para resolver isso, já que os patrões podem ver o registro do ponto em tempo real”, diz Guilherme. Para que os usuários se familiarizem com o aplicativo, o primeiro mês é gratuito e as mensalidades seguintes custam R$ 19,90.
Toda a operação começa no próprio site, onde é feito o cadastro. Depois disso, a marcação do ponto passa a ser feita nos aparelhos celulares das domésticas, que podem ser de qualquer operadora e dos modelos mais simples. Dentro da ferramenta, há ainda a opção de download para a impressão da folha de ponto do funcionário, onde aparecem as horas extras e as devidas pelos trabalhadores domésticos. “A ideia é atender os patrões que se queixam da dificuldade em acompanhar o horário de seus funcionários, já que ficam o dia todo fora de casa”, explica Otávio. Com o advento dos smartphones, que vêm ganhando o mercado e a preferência dos consumidores, o sócio-proprietário da MobTech conta que, para os próximos meses, a ideia é desenvolver uma versão do aplicativo para Android.