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Estado de Minas BRASILEIRO ADERE AO NOVO ESCAMBO

Antigas práticas de troca e aluguel ressurgem com ferramentas da internet

Grupos reúnem vizinhos e colegas de trabalho


postado em 31/05/2013 00:12 / atualizado em 31/05/2013 08:40

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Vender, trocar, emprestar ou alugar. A ideia é livrar-se das tralhas, fazer circular aquilo que não serve mais para você, mas pode ter utilidade para alguém. Com um viés da economia sustentável, empreendedores estão apostando no chamado consumo colaborativo, um novo nicho de mercado que no Brasil decola no meio virtual. No segmento além da moeda real, o escambo, o aluguel e o empréstimo também podem fazer a roda da economia girar. A pretensão dos investidores é estimular o crescimento de redes de negócios entre grupos, seja de vizinhos, da escola, do trabalho, do clube, ocupando espaço no gigante comércio eletrônico, que no ano passado não viu a crise e faturou R$ 22,5 bilhões. Em 2013, o setor esperar crescer 20%.

 Criado com investimento inicial de R$ 300 mil, o site DescolaAí completa dois anos e quer atingir 20 mil usuários até dezembro. São quase 1 mil trocas, por mês, de produtos como livros, CDs e equipamentos eletrônicos. Guilherme Brammer, diretor e um dos criadores da empresa, diz que o negócio já se tornou autossustentável, e neste ano será inaugurada uma nova forma de financiamento. O site, que até então cobrava 10% sobre os valores negociados em vendas de produtos, vai passar a ser gratuito. Nova plataforma disponibilizará vendas, trocas e aluguel entre grupos fechados, com a cobrança de mensalidades. “Os negócios feitos entre pessoas da mesma empresa, por exemplo, dão mais segurança ao consumidor”, afirma Brammer.

 Na trilha da inovação, em Belo Horizonte entrou no ar o Grupo Cooperar, criado também sob o guarda-chuva do consumo colaborativo. Além da venda e troca de itens usados ou novos, o grupocooperar.com.br propõe ferramentas para empréstimo, aluguel, venda e para a troca de favores. Desenvolvido pelos médicos Miller Assis, Luiz Henrique Rocha, com os sócios Tiago Drumond, Renam Almeida e Felipe Bueno, o Cooperar oferece soluções para a organização de grupos, como de vizinhos, de professores, colegas de trabalho, dentro de um ambiente seguro. Funciona mais ou menos assim: vizinhos de condomínio podem se cadastrar, formando um grupo. A partir daí é possível alugar, trocar coisas ou favores, emprestar e vender. Um vizinho pode avisar o outro que tem, por exemplo, um carrinho de bebê ou um eletrodoméstico disponível para empréstimo ou aluguel.

O site recém-inaugurado já conta com 500 usuários. “Criamos uma área chamada favores, na qual as pessoas podem oferecer ou pedir qualquer coisa a qualquer membro do seu grupo. Está em desenvolvimento, para funcionar já neste ano, um sistema específico para aluguel, doação, empréstimo, troca e venda. Não se trata apenas de produtos. É possível trocar uma bicicleta por dois meses de aula de violão”, explica Luiz Rocha. O investimento inicial foi de R$ 20 mil, já que para construir e desenvolver a ferramenta os empreendedores estão utilizando como moeda a troca de serviços.

Guilherme Brammer, diretor do DescolaAí, diz que a experiência colaborativa pegou no Brasil, mas revelou o brasileiro como um consumidor desconfiado. A ferramenta aluguel, se comparada com troca ou venda, teve baixo volume de negócios fechados devido à insegurança do usuário em ceder um objeto para quem ele não conhece bem, mesmo que o site ofereça a avaliação do perfil do consumidor. “Muitas vezes, o aluguel também exige o encontro entre as pessoas, o que gera insegurança”, diz Brammer. Outra barreira no mercado brasileiro é que geralmente a taxa cobrada sobre o valor das negociações, o que financia o site, é burlada e as transações acabam ocorrendo de forma direta. “Para resolver isso, não vamos mais cobrar, as negociações serão gratuitas”, diz Brammer.


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