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Estado de Minas

Fábricas terão guia estratégico até 2022

Conjunto de propostas elaboradas pela CNI identifica gargalos que as empresas terão de derrubar e as soluções possíveis para retomarem crescimento nos próximos 10 anos


postado em 19/05/2013 06:00 / atualizado em 19/05/2013 07:32

A indústria brasileira lança mão de um plano de iniciativas independentes das medidas de estímulo ao setor adotadas recentemente para as fábricas ganharem fôlego de crescimento nos próximos 10 anos. Batizado de Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, o projeto será lançado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), depois de nove meses de discussões com as federações filiadas à instituição em todo o país. As metas associadas ao caminho que as empresas terão de percorrer partem do desejo de expansão de 4,5% ao ano.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, informou que o planejamento elegeu os 10 fatores- chaves para a competitividade da indústria no Brasil, do ambiente macroeconômico do país ao grau de inovação e produtividade das plantas industriais, passando pelas questões relacionadas à eficiência do Estado, tributação, relações trabalhistas e o acesso a operações de crédito, entre outros itens. “O estudo define o caminho que a indústria deverá percorrer para alcançar alta produtividade e o papel do setor na estratégia de crescimento da economia brasileira”, afirma.

Premissa do elenco de propostas, a CNI considera que o país deve elevar os investimentos a proporções entre 22% e 24% do Produto Interno Bruto (o PIB, conjunto da produção de bens e serviços), ante os atuais 18,1%, de acordo com o IBGE. A taxa de Formação Bruta de Capital Fixo, que reflete os recursos aplicados na compra de máquinas, bens duráveis e na construção civil, cai há dois anos e é considerada pressuposto para uma retomada vigorosa do crescimento econômico. Nações como a Índia e a Coreia do Sul investem cerca de 30% do PIB e na China o indicador alcança 40%, segundo pesquisa da consultoria LCA.

O trabalho coordenado pela CNI avaliou fenômenos como a expansão do mercado brasileiro de consumo, o deslocamento da atividade industrial para o interior do país e a ascensão social nos últimos anos. A turbulência na economia mundial não significa motivo para o setor recuar, pelo contrário. “Mesmo nessa crise que o mundo enfrenta há perspectivas de investimentos no Brasil que permitirão ao país avançar”, diz o presidente da CNI. O mapa estratégico consiste num planejamento completo de ações que dependem da indústria ou da capacidade do setor de sensibilizar o poder público para problemas graves relacionados à deficiência de infraestrutura, ao excesso da tributação brasileira e à burocracia na gestão pública.

Há ações que deverão ser implementadas ao longo de todo o período definido como alvo pelas empresas, com as respectivas formas de acompanhamento das propostas. Segundo o diretor de estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, as propostas estão amparadas em análises quanto à possibilidade de efetividade delas e sobre como se comparam a experiências semelhantes em outros países e ao desempenho da economia brasileira.

Boa parte das propostas consiste em reformas institucionais e que dependem da apresentação de projetos de lei negociados com o Executivo, tendo em vista que a produtividade da indústria depende também de fatores externos ao ambiente das empresas. “A ideia é estimular as forças políticas, contribuindo para aperfeiçoar medidas e projetos de lei. “, destaca Augusto Fernandes, da CNI.

Para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, o estudo trata com atenção questões essenciais do dia a dia da indústria, que precisa de mais apoio para vencer as dificuldades impostas aos negócios no país. “O Brasil já paga um preço muito alto por conta de problemas como a burocracia, um dos motivos que nos tornam os piores do grupo dos Brics ( Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”, critica. Machado Júnior afirma que o crescimento da indústria nos próximos anos depende, principalmente, da modernização do parque fabril e da condição das empresas de garantir capital de giro.


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