A Toshiba Infraestrutura América do Sul Ltda. (TIC-SA), subsidiária da japonesa Toshiba Corporation, inaugurou ontem uma fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com capacidade para produzir 100 transformadores de médio e grande portes por ano – classe de tensão de 550Kv, podendo ser capacitada para 800Kv. O empreendimento, que ocupa um terreno de 146 mil metros quadrados, consumiu aporte próprio de R$ 150 milhões e promete gerar 280 empregos diretos – 200 pessoas já foram contratadas – e 900 indiretos.
A subsidiária estima que o retorno do investimento ocorra em 10 anos. Essa é a terceira planta da corporação no país – as outras estão em Curitiba (PR) e Contagem, também na Grande Belo Horizonte. Para evitar especulações de que a nova fábrica irá interferir na produção da planta de Contagem, por estarem em municípios vizinhos, o diretor-presidente da Toshiba, Luís Carlos Borba, explicou que o primeiro empreendimento continuará fabricando transformadores de menor porte.
“Queremos aumentar nossa participação no mercado”, disse. No país, a empresa detém de 20% a 30% do setor. Apesar disso, a própria corporação trabalha com a possibilidade de o faturamento fechar 2013 com cifra idêntica à de 2012 (R$ 1 bilhão). No ano passado, porém, o aumento foi de 12% em relação a 2011. “Devido às incertezas do mercado internacional, o crescimento (do faturamento) seria algo muito desafiador em 2013. Já para 2014 trabalhamos com a possibilidade de aumento de 3% a 4%.”
Com a unidade de Betim, Minas vai responder por 50% do faturamento da Toshiba no país. O percentual atual é de 30%. A planta de Curitiba detém a maior fatia da receita da subsidiária.
Algar
Os investimentos do grupo Algar devem chegar a R$ 2 bilhões nos próximos cinco anos, para atender o programa de expansão da companhia, principalmente nas áreas de telecomunicações e tecnologia da informação (TI). Os dois negócios terão 70% do plano de aportes, informou ontem o presidente-executivo do conglomerado, Luiz Alexandre Garcia, durante a inauguração, com a presença do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, da nova sede de BH, prédio de 10 andares orçado em R$ 22 milhões.
Além das oportunidades que o grupo vê no Brasil, a Algar pretende fincar bandeira no exterior até o fim de 2013, por meio dos serviços da Algar Tecnologia. Segundo Alexandre Garcia, estão sendo analisados os mercados da Argentina, Chile e Colômbia, onde há demanda por serviços em língua espanhola de helpdesk, de apoio aos usuários dos sistemas de TI, e BPO (Business Process Outsourcing, na expressão em inglês para terceirização de serviços internos das empresas).
“A decisão estratégica é de estarmos onde existe mercado”, afirmou Garcia. A companhia, nascida em Uberlândia 84 anos atrás, trabalha com a meta de dobrar de tamanho até 2016. No ano passado, a receita consolidada de vendas do grupo somou R$ 3,7 bilhões, dos quais as atividades de telecomunicações, TI e agronegócio responderam por cerca de 80%.
Com Marta Vieira