A equipe econômica da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) vai revisar para baixo a projeção de crescimento da receita do setor neste ano, que era estimado em 4,5% pela instituição. Embora positivos, os indicadores da indústria mineira no primeiro trimestre, divulgados ontem, ficaram aquém do esperado, segundo Lincoln Gonçalves Fernandes, presidente do Conselho de Política Industrial e Econômica da Fiemg. O faturamento das empresas cresceu 2,5%, em média, influenciado pelo desempenho favorável do ramo automotivo e a recuperação da atividade extrativa mineral. “Deveríamos ter crescido um pouco mais, o que justifica nova revisão para o ano, mas o segundo semestre ainda poderá surpreender, se seguir a tendência natural de aquecimento do período”, afirma o industrial.
O levantamento também divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção industrial regional indicou alta de 1,5% no trimestre e de 4,4% para março em Minas – frente ao modesto 0,7% na média nacional –, resultado que perde impacto quando comparado à forte queda de 11% da produção mineira verificada em fevereiro. Ainda assim, a variação foi a segunda maior entre as regiões pesquisadas, superada só pelo Paraná (5,4%). Seguiram alinhadas as indústrias de Pernambuco (2,6%), Rio de Janeiro e Amazonas (2,5%).
A locomotiva da indústria brasileira, São Paulo, mostrou pequena alta de 0,6% da produção em março, ante fevereiro, abaixo da taxa de 0,8% apurada na Bahia. No campo negativo, se destacaram seis estados: Pará, Goiás, Rio Grande do Sul, Ceará, Santa Catarina e Espírito Santo. O crescimento da produção mineira em março é como um suspiro em meio ao sobe e desce das taxas medidas pelo IBGE desde janeiro de 2012, um retrato do movimento desigual dos setores mais importantes, observa o analista do IBGE em Minas Antônio Braz de Oliveira e Silva. “A expansão está concentrada em poucos segmentos. Na média, a indústria mineira não decolou, como a do Brasil”, afirma.
A pesquisa da Fiemg mostra que a indústria automotiva tem dado uma das maiores contribuições para a receita do setor, com crescimento de 15,07% no primeiro trimestre, performance acompanhada pela fabricação de produtos farmacêuticos, que, se não pesa tanto na estrutura industrial mineira, teve expansão destacada de 26,74%. Outro segmento importante, a indústria extrativa mineral verificou aumento de 15,11% da receita no acumulado do ano, graças à reação dos preços dos bens minerais no mercado internacional.
Retomada
A boa notícia que talvez não fosse esperada foi a elevação da receita da indústria de máquinas e equipamentos, de 12,86% entre janeiro e março. “Revela a retomada dos investimentos”, avalia Lincoln Gonçalves, da Fiemg. As empresas do setor já veem um cenário mais positivo, apesar da dúvida sobre a continuidade dessa performance, avalia Marcelo Luiz Moreira Veneroso, diretor regional em Minas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O emprego na atividade teve alta de 12,14% no trimestre, contudo a ociosidade nas fábricas preocupa. Passou de 16,4% no primeiro trimestre de 2012 para 19,5% em idênticos meses neste ano.
O avanço da importação de máquinas continua a incomodar, a despeito da melhora da atividade refletida nos números da Fiemg. De todo o consumo no país, as fábricas brasileiras só respondem por 24,5%, algo assustador, de acordo com Marcelo Veneroso. “Não sabemos a extensão da melhora que os dados indicam, mas vai haver festa. Resta saber se vamos participar dela”, afirma o industrial. Na média da indústria mineira, os indicadores de emprego, horas trabalhadas e massa salarial subiram no trimestre. Preocupa o comportamento da produção do ramo da metalurgia básica, que inclui os fabricantes de aço, com queda de 12,65% no faturamento acumulado no ano. Da mesma forma, a indústria de produtos de metal, basicamente as estruturas metálicas, sofre grande pressão, ante o corte de 47,18% da receita no primeiro trimestre.
O levantamento também divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção industrial regional indicou alta de 1,5% no trimestre e de 4,4% para março em Minas – frente ao modesto 0,7% na média nacional –, resultado que perde impacto quando comparado à forte queda de 11% da produção mineira verificada em fevereiro. Ainda assim, a variação foi a segunda maior entre as regiões pesquisadas, superada só pelo Paraná (5,4%). Seguiram alinhadas as indústrias de Pernambuco (2,6%), Rio de Janeiro e Amazonas (2,5%).
A locomotiva da indústria brasileira, São Paulo, mostrou pequena alta de 0,6% da produção em março, ante fevereiro, abaixo da taxa de 0,8% apurada na Bahia. No campo negativo, se destacaram seis estados: Pará, Goiás, Rio Grande do Sul, Ceará, Santa Catarina e Espírito Santo. O crescimento da produção mineira em março é como um suspiro em meio ao sobe e desce das taxas medidas pelo IBGE desde janeiro de 2012, um retrato do movimento desigual dos setores mais importantes, observa o analista do IBGE em Minas Antônio Braz de Oliveira e Silva. “A expansão está concentrada em poucos segmentos. Na média, a indústria mineira não decolou, como a do Brasil”, afirma.
A pesquisa da Fiemg mostra que a indústria automotiva tem dado uma das maiores contribuições para a receita do setor, com crescimento de 15,07% no primeiro trimestre, performance acompanhada pela fabricação de produtos farmacêuticos, que, se não pesa tanto na estrutura industrial mineira, teve expansão destacada de 26,74%. Outro segmento importante, a indústria extrativa mineral verificou aumento de 15,11% da receita no acumulado do ano, graças à reação dos preços dos bens minerais no mercado internacional.
Retomada
A boa notícia que talvez não fosse esperada foi a elevação da receita da indústria de máquinas e equipamentos, de 12,86% entre janeiro e março. “Revela a retomada dos investimentos”, avalia Lincoln Gonçalves, da Fiemg. As empresas do setor já veem um cenário mais positivo, apesar da dúvida sobre a continuidade dessa performance, avalia Marcelo Luiz Moreira Veneroso, diretor regional em Minas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O emprego na atividade teve alta de 12,14% no trimestre, contudo a ociosidade nas fábricas preocupa. Passou de 16,4% no primeiro trimestre de 2012 para 19,5% em idênticos meses neste ano.
O avanço da importação de máquinas continua a incomodar, a despeito da melhora da atividade refletida nos números da Fiemg. De todo o consumo no país, as fábricas brasileiras só respondem por 24,5%, algo assustador, de acordo com Marcelo Veneroso. “Não sabemos a extensão da melhora que os dados indicam, mas vai haver festa. Resta saber se vamos participar dela”, afirma o industrial. Na média da indústria mineira, os indicadores de emprego, horas trabalhadas e massa salarial subiram no trimestre. Preocupa o comportamento da produção do ramo da metalurgia básica, que inclui os fabricantes de aço, com queda de 12,65% no faturamento acumulado no ano. Da mesma forma, a indústria de produtos de metal, basicamente as estruturas metálicas, sofre grande pressão, ante o corte de 47,18% da receita no primeiro trimestre.