O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta sexta-feira, em São Paulo, que o BC está atento à evolução da inflação, e caso necessário, vai agir para coibir sua alta. Ele ressaltou que o Brasil passou por transformações positivas da economia nos últimos anos, o que permitiu que o País alcançasse um novo patamar de taxas de juros. "Mas isso não significa que os ciclos monetários foram abolidos", destacou. "Nesse sentido, quero deixar claro que o foco da política monetária tem sido e continuará a ser exclusivamente a manutenção da estabilidade de preços", comentou.
"A propósito, o Banco Central tem comunicado à sociedade sua preocupação com o nível e a resistência da inflação nos últimos meses. A maior dispersão recentemente observada de aumentos de preços ao consumidor, pressões sazonais e pressões localizadas, entre outros fatores, contribuem para esse quadro de maior resistência", enfatizou Tombini. "Não resta dúvida, porém, de que a comunicação é parte importante do processo de condução da política monetária. O ajuste na mensagem do Banco Central, por si só, já determinou mudança relevante nas condições financeiras de modo geral", disse.
Segundo Tombini, dadas as "incertezas remanescentes" o Banco Central tem atuado com cautela. O presidente do BC fez os comentários nesta sexta-feira durante a palestra Perspectivas da Economia Brasileira, em almoço promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), em São Paulo.