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Estado de Minas

Mercado de decoração no país deve crescer 8% este ano


postado em 10/03/2013 00:12 / atualizado em 10/03/2013 07:48

O bom desempenho da construção civil nos últimos anos, especialmente no segmento imobiliário, trouxe reflexos importantes em áreas afinadas com ele. O mercado de decoração é um dos mais beneficiados. Somente este ano, os brasileiros devem gastar R$ 5,4 bilhões com a compra de artigos para decoração da casa, crescimento de 8% em relação a 2012. De acordo com pesquisa da Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do Ibope Inteligência, o consumo per capita desses produtos deverá ser de R$ 33,17, ante os R$ 31,01 apurados no ano passado. Em Minas Gerais, o aumento será ainda maior, passando de R$ 25,08 em 2012 para R$ 39,08 este ano. Os consumidores mineiros devem desembolsar mais de R$ 662 milhões, cifra 56% maior que os R$ 423 milhões do ano passado.

A classe B é a que apresenta o maior potencial de consumo no Brasil, com R$ 2,3 bilhões, ou 42% do total. No estado, ainda que também seja a principal responsável pelo aquecimento desse setor, com R$ 307,6 milhões, a participação da classe C no total consumido foi a que mais cresceu em comparação com o ano passado, passando de 28,62% para 30,49% (veja o quadro).

Para Márcia Sola, diretora de atendimento e planejamento de geonegócios do Ibope Inteligência, o mercado de decoração acompanha de perto o comportamento do imobiliário. “O boom nesse setor influenciou o consumo e esse impacto tem sido percebido desde 2010, mas apresenta mais força este ano.” Jaqueline Frauches, diretora da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) em Minas, concorda que a facilidade de financiamento viabilizou a compra de imóveis e isso refletiu diretamente na área da decoração, com os consumidores empenhados em empregar uma quantia maior para cuidar da casa.


Outro ponto importante é a qualificação do consumo, que não faz parte de uma categoria de necessidade básica e imediata. Isso significa que, com mais renda, sobra mais dinheiro para esses gastos secundários. Por esse motivo, a classe B ainda é mais relevante que a C, que tem um maior percentual de consumo relativo a alimentos. Márcia frisa que a classe A também tem grande importância nesse cenário, se for considerada proporcionalmente a relação entre número de domicílios e o potencial de consumo, além do fato de os gastos médios dessa classe serem mais altos. Para Márcia, um desaquecimento no mercado de decoração ainda está longe. “Devemos observar nos próximos dois anos um consumo ainda forte, que depois deve apenas suavizar.”

O momento, portanto, é de o setor investir em diversificação da oferta de produtos e serviços, já que com o consumo cresce também a exigência dos clientes. Para Jaqueline, houve uma difusão importante do trabalho do designer de interiores, a partir da necessidade de se pensar melhor os espaços. “Nos imóveis atuais, a área privada está cada vez mais reduzida, em detrimento da social, que chega a se assemelhar a clubes. Por isso, a área interna tem que ser bem trabalhada para que sirva ao propósito do bem morar, do conforto da família.” Além disso, houve uma mudança comportamental, que inclui o resgate do receber as pessoas em casa, o que leva ao investimento em varandas gourmet e home cinemas, por exemplo.

DESIGN ACESSÍVEL
Segundo Jaqueline, houve também uma compatibilização dos projetos e dos materiais de acordo com o nível do empreendimento. Dificilmente se coloca um revestimento muito caro em uma residência com padrões mais populares e vice-versa. “Há linhas mais caras e mais baratas em todos os produtos, adequadas a cada cliente. O design ficou mais acessível, tanto em relação aos produtos quanto aos profissionais, com possibilidades de diversos custos”, afirma a diretora da ABD, que lembra também que há quem viaje para fora do país para comprar artigos de decoração, a exemplo do que se faz com roupas e eletrônicos.

Criatividade e jogo de cintura na hora de decorar a casa também contam pontos para o consumidor. O fato de ser decoradora ajudou Ana Paula Milagres Santos Miranda a fazer compras inteligentes para o seu novo apartamento, para o qual se mudou recentemente. “Minha casa tem que ter a minha cara e, durante as mudanças, de algumas coisas eu abro mão e outras não, porque têm valores financeiro e pessoal significativos”, explica. Ela diz que sempre investe em móveis que sigam o seu padrão e, por isso, conseguiu adaptá-los à nova residência. “Os meus gastos foram quase todos com adornos ”, acrescenta Ana Paula, que acredita que despesas desse tipo girem em torno de R$ 3 mil.


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