Empresas mineiras destacam em feiras no exterior

Com os sinais nada animadores dos rumos que o crescimento da economia, a inflação e as taxas de juros poderão tomar este ano, a indústria e o comércio investem em iniciativas independentes dos indicadores macroeconômicos para promover seus produtos, especialmente no exterior. Em Minas Gerais, os empresários dos setores de alimentos e bebidas, cosméticos e farmacêutico se preparam para participar de uma dúzia de feiras internacionais entre março e novembro nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Missões para a América Latina e Europa, além de outros sete grandes eventos previstos no Brasil, reforçam o calendário de 2013, atendendo uma demanda crescente observada por instituições como a Central Exporta Minas, braço da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o Sebrae Minas e a Federação das Indústrias do estado (Fiemg).

O grupo que retornou na semana passada da Fruit Logística, maior encontro mundial dos produtores de frutas, realizado de 6 a 8 deste mês em Berlim, na Alemanha, – evento que abriu a programação do ano –, pesquisou novas tecnologias e embalagens, como iniciativas adicionais aos contatos com potenciais importadores. Destaque entre as frutas mineiras degustadas, a banana de Januária, no Norte de Minas, teve grande aceitação, segundo o diretor da Central Exporta Minas, Ivan Barbosa Netto. “Dependendo do evento, há visitas técnicas e rodadas de negócios. Usamos todas as ferramentas de inteligência comercial em apoio aos empresários”, afirma.

A despeito das dificuldades provocadas pelo câmbio e a crise financeira mundial de 2012, que reduziram as vendas do estado no mercado internacional, os avanços obtidos pela promoção comercial, para Ivan Netto, mostram que o estado tem conseguido implementar uma cultura exportadora. O calendário proposto em 2013 pela Central Exporta Minas reflete o trabalho mais direcionado para os segmentos de comésticos e biotecnologia. Há, também, uma busca maior pela divulgação de produtos no mercado asiático.

O Sebrae Minas está definindo o calendário da promoção comercial neste ano, que está associado às demandas dos projetos apoiados pela instituição, informa Júlio César de Souza Júnior, analista da unidade de acesso a mercados e relações internacionais. No ano passado, foram feitos 7 mil atendimentos a empresários do estado em rodadas de negócios, missões nacionais e internacionais. “A participação nesses eventos aumenta o campo de visão do empresário. Ele passa a ter contato com novas tecnologias, aprende a conhecer melhor o consumidor e amplia a sua rede de contatos”, afirma.

Atenta ao poder dos concorrentes

O calendário da promoção comercial proporciona outra vantagem, ao permitir que o empresário enxergue o estágio em que estão seus concorrentes, observa Solange dos Santos Malheiros, gerente do Centro Internacional de Negócios da Fiemg. A instituição está na fase de conclusão dos estudos de mercado para definir as missões comerciais e eventos para apresentação de produtos neste ano. “O foco é definir missões que possam dar resultados efetivos, inclusive na promoção com a participação de grupos menores”, afirma Solange Malheiros.

Os destinos inicialmente propostos pela Fiemg são Miami, Colômbia, Equador ou Venezuela, Itália, Bélgica e Espanha. A escolha da América Latina está relacionada à similaridade cultural e à proximidade, fatores que podem ajudar nas relações comerciais e levar a resultados mais rápidos. No ano passado, a federação promoveu missões ao Chile e Peru e tem considerado a Colômbia um destino promissor, em razão do crescimento do país e de sua indústria de transformação diversificada. Na Europa, a indústria mineira tem parceiros já tradicionais em solos italiano e belga. O foco dos entendimentos está em novas tecnologias, que agregam valor à produção. A orientação para os empresários é não só buscar negócios no exterior, como também tentar promover investimentos no estado.