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Estado de Minas

Zona do Euro de volta à recessão

Retração é a segunda desde 2009 e foi confirmada no dia da chegada da presidente Dilma a Cádiz. Facilidades para a entrada de trabalhadores espanhóis no Brasil serão discutidas


postado em 16/11/2012 07:52

Cádiz (Espanha) – No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff chegou à Espanha, foi confirmada a segunda recessão na Zona do Euro desde 2009. Os números revelam o desastre econômico europeu a partir de uma redução do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,1% no terceiro trimestre deste ano. Apenas Alemanha e França apresentaram crescimento irrisório, de 0,2%, o que está longe de servir de salvação para países como Grécia, Itália e Espanha, onde Dilma desembarcou na noite de ontem para participar da XXII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e Governo, que começa hoje em Cádiz, a 650km de Madri.

A queda econômica europeia segue um recuo ocorrido no segundo semestre na região, que foi de 0,2%, segundo os números divulgados ontem. O temor é de que até o final do ano França e Alemanha registrem quedas nos PIBs nacionais, o que pioraria a situação na Zona do Euro para 2013. A chegada de Dilma coincide também com as críticas de ministros e economistas sobre a necessidade de retroceder nas medidas de austeridade fiscal, que incluem cortes de salários e pensões, aumento de impostos, além de reformas no mercado de trabalho a partir da flexibilização das regras de demissão. O discurso de Dilma é o mesmo, por exemplo, do ministro de Assuntos Exteriores e Cooperação da Espanha, José Manuel García Margallo. Ele pediu, na última quarta-feira, menos austeridade aos países membros do bloco europeu, que, com as medidas rígidas, tentam dar uma resposta aos mercados e ao FMI.

Com o anúncio da recessão — estabelecida por economistas quando ocorre uma período de seis meses de retração — nos países europeus, as bolsas caíram em Frankfurt (-0,82%), Londres (-0,77%), Paris (-0,52%). Curiosamente, a bolsa de Madri foi a única da região que apresentou uma ligeira alta, de 0,29%.

CONTRATOS Enquanto a situação macroeconômica se agrava, a presença de Dilma Rousseff deve estimular acordos pontuais para os trabalhadores europeus, mais precisamente os espanhóis. Durante encontros com o presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, e o rei Juan Carlos, que ocorrerão em Madri, na segunda-feira, um dos temas tratados será a flexibilização nos acessos a vistos de trabalho espanhóis no Brasil. As negociações são mais uma prova de que a correlação de força entre os dois países se inverteu. Há menos de 10 anos, era impossível imaginar a busca frenética de europeus pela emigração rumo ao Brasil.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o total de estrangeiros vivendo em terras brasileiras em 2010 aumentou 53% em relação a 2000. Hoje, 268 mil estrangeiros vivem no Brasil.

Em relação aos espanhóis, números apontam a disposição do governo do país europeu de reduzir os entraves de entrada de brasileiros em busca de reciprocidade. Em 2010, o número de barrados nos aeroportos de Madri e Barcelona chegou a 1.695, reduzindo-se a 1.419, em 2011, e apenas 90 nos três primeiros meses deste ano. Entre maio, junho e julho, menos de 70 pessoas foram rejeitadas.


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