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Estado de Minas

Padarias terão de trocar equipamentos obsoletos para proteger funcionários


postado em 03/11/2012 07:14 / atualizado em 03/11/2012 08:10

Uma das receitas mais antigas da humanidade, a de fazer pão, vai se tornar mais segura. Desde que as máquinas substituíram o trabalho humano, a atividade se tornou mais rápida e ao mesmo tempo perigosa. Mas agora os equipamentos que colocam em xeque a segurança de quem transforma a massa em pão estão com os dias contados no Brasil. Em Minas, pelo menos 13 mil padarias de pequeno, médio e grande portes terão de se adequar e adaptar seu parque tecnológico. A troca dos equipamentos para o sistema seguro vai provocar investimento médio de R$ 80 mil por empresa do setor.

Como os bens de capital são de longa duração, muitos equipamentos que já foram banidos há mais de duas décadas em países europeus, como os cilindros usados para sovar a massa, ainda são encontrados no país. A Norma Regulamentadora 12 (NR-12), editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, prevê que no prazo de 18 a 66 meses, contados a partir de junho deste ano, todas as empresas de panificação do país terão que operar a mudança, substituindo seus equipamentos por máquinas seguras.

Em Minas, cerca de 9 mil empresas de panificação operam no modelo loja de rua, gerando 120 mil empregos diretos. Outras 4 mil lojas estão ligadas a redes de supermercado. “A regra vai atingir todos os bens de capital , desde amassadeiras até cortadores de frios”, explica José Batista de Oliveira, presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão). Dono da padaria Café da Manhã e Boníssima – com duas unidades em Belo Horizonte – , José Batista calcula que cerca de 85% dos equipamentos de sua empresa já foram atualizados de acordo com as novas normas. O restante deve exigir investimentos na ordem de R$ 120 mil, contemplando as duas organizações.

Germano Dias, sócio proprietário da padaria, empório e restaurante Casa Infinita, há menos de dois anos investiu cerca de R$ 300 mil nos novos equipamentos, que fabricam diariamente 200 tipos de pães, bolos, biscoitos e variedades do ramo. Ele diz que a norma chegou em boa hora no Brasil, onde ainda podem ser encontrados equipamentos perigosos, que já saíram de linha em países europeus. Segundo o empresário, que tem 86 funcionários, os equipamentos modernos evitam acidentes que podem ser causados até pelo automatismo de quem realiza repetidamente a mesma função. “A norma é ótima para o funcionário e para a empresa.”

FINANCIAMENTO José Batista de Oliveira diz que o mercado respondeu rapidamente com lançamentos de máquinas seguras e adequadas às exigências. Segundo ele, o momento agora é de preparar os investimentos, que podem ser feitos por meio do Finame, linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos. “Até dezembro, a linha de crédito está com a taxa de 2,5% ao ano”, diz Batista, afirmando que a taxa praticada já foi de 5,5% ao ano.

Apesar de pequena empresa, a padaria Piu Pane emprega 21 funcionários. O proprietário, José Brasil, vem fazendo com investimentos próprios a adequação de suas máquinas. Ele considera a medida importante e estima que em seu estabelecimento menos de 10% dos equipamentos vão precisar ser ajustados. “A norma é boa para os dois lados. Evita acidentes e o afastamento do trabalho. O investimento compensa para o empresário.”

Em Minas Gerais, o setor de panificação cresceu 10,5% no ano passado, faturando R$ 6 bilhões. No estado, são 14 mil lojas e, na Grande BH, 2 mil padarias.


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