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Estado de Minas

Carros e têxteis puxam produção industrial em Minas

Indústria de Minas avança mais de 3% em agosto e supera duas vezes média nacional. Em 12 meses, saldo é negativo


postado em 10/10/2012 06:00 / atualizado em 10/10/2012 07:26

A indústria mineira deu um salto em agosto ao fechar o mês com produção duas vezes superior a média registrada no país, de 1,5%. Com variação de 3,3% no período, a atividade industrial no estado medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) só não superou a de Goiás (10,3%), Amazonas (7,6%) e Rio Grande do Sul (4,8%) entre as 14 regiões pesquisadas. Com o resultado, Minas acumula ganho de 4,7% entre junho e agosto.

Os dados supreendentes, porém, não foram suficientes para reverter o quadro negativo da produção industrial mineira, que nos últimos 12 meses acumula perda de 1,1%. O grande avanço em agosto é justificado pelo desempenho de setores estratégicos para a economia regional como a indústria automotiva, com alta de 14,1%, indústrias extrativas (1,9%) e produtos têxteis (10,9%).

“Houve interferência de setores relevantes para a economia local. Somente a indústria automotiva responde por 13% da estrutura industrial do estado”, observa o gerente de economia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Leão. Vale lembrar que, no final do oitavo mês, era esperado o término da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, o que gerou uma corrida às lojas para antecipação das compras. Produtos químicos com variação de 52,6% também contribuíram para o bom resultado. A justificativa está na maior fabricação de inseticidas para uso na agricultura com a entrada do período de safra.

Na contramão, os setores de máquinas e equipamentos (-16,5%) e de metalurgia básica (-4,5%) exerceram os impactos negativos mais relevantes sobre o total da indústria. É sobre estas atividades que recai a maior preocupação sobre a consistência da recuperação da atividade industrial tanto no estado, como no país. “O setor de máquinas e equipamentos, que possui relação direta com os investimentos e formação bruta de capital fixo, apresenta perdas fortes nos últimos 12 meses”, observa Guilherme Leão. “Com isso, o sinal amarelo se acende na medida em que a recuperação da indústria pode estar mais atrelada à demanda do que propriamente a atividades que estimulam o crescimento da capacidade produtiva”, acrescenta o especialista.

O analista do IBGE em Minas, Antonio Braz, reconhece que é preciso aguardar os resultados dos próximos meses para se concluir que o mercado está em fase de recuperação. “Vale esperar para vermos se trata de uma questão de demanda ou se é realmente uma questão estrutural da indústria”, pondera.

Argumento na Selic

A dúvida que paira sobre o desempenho da indústria está entre os principais argumentos da ala que aposta em novo corte da taxa básica de juros (selic) hoje. Baseados na falta de consistência da retomada de crescimento da economia, especialistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá por novo corte, desta vez de 0,25 ponto percentual, o que fará que a Selic encerre o ano em 7,25%.

O avanço do custo de vida, porém, exerce força contrária, fazendo com que muitos acreditem que o ciclo de ajustes iniciado em agosto do ano passado tenha chegado ao fim. No acumulado do ano, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro em 5,28%.

BH: inflação não dá trégua

Na primeira prévia de outubro, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) avançou 0,74% em Belo Horizonte ante de 0,62% registrado na última semana de setembro. Além de BH, o indicador, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acelerou em mais cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV. Considerando todos os locais, o IPC-S subiu 0,64% frente 0,54% no mesmo período. Apenas no Rio de Janeiro houve desaceleração de 0,62% para 0,60%.

O crescimento de 0,12 ponto percentual na capital mineira, segundo a FGV, é justificado pela aceleração em sete das oito classes de despesa que compõem o índice, com destaque para alimentação (de 1,71% para 1,83%), comunicação (1,10% para 1,55%) e despesas diversas (0,93% para 1,36%).

Ainda de acordo com a FGV, entre os itens que mais contribuíram para a inflação em BH estão a batata inglesa (24,90%), blusa feminina (5,29%) , pacotes de telefonia fixa e internet (4,38%) e tarifa de eletricidade residencial (0,95%). 


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