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Estado de Minas

BC pode baixar juros para 7,25%

Expectativa é de que quadro de fragilidade da economia leve Copom a reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual amanhã. Governo agora batalha para baixar tarifas


postado em 09/10/2012 06:00 / atualizado em 09/10/2012 07:38

Mais preocupado com a fraqueza da economia brasileira do que com a inflação, o Banco Central pode, amanhã, derrubar os juros básicos (Selic) em mais 0,25 ponto percentual. Caso essa queda se confirme, a taxa cairia dos atuais 7,50% ao ano para 7,25% – um movimento que também reforçaria a percepção de analistas de que o BC agora tem uma dupla missão: segurar os preços e salvar o Produto Interno Bruto (PIB, soma do que o país produz em um ano). Para os analistas que mais acertam nas previsões, um grupo chamado de Top 5 pela autoridade monetária, a instituição não vai hesitar em dar mais estímulos ao país. Na visão deles, o Comitê de Política Monetária (Copom) continuará a cortar os juros.

No último relatório trimestral de inflação, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, deu muito peso ao crescimento do país e à crise internacional. Fez questão ainda de deixar claro que se a economia “vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias”, o BC fará novo corte. José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, pondera que os investimentos e a economia não têm reagido como o esperado, mesmo com os incentivos dados pelo Palácio do Planalto. “Os dados e decisões, até o momento, deixam dúvidas relevantes sobre o crescimento da atividade”, avalia. “As decisões do governo são claramente para reduzir o custo de produção e a inflação, preservando, ou tentando, garantir a atividade e o estímulo ao investimento”, argumentou. A aposta dele é de mais um ajuste de 0,25 ponto percentual.

Ele e outros economistas consideram que a reação do país nessa segunda metade do ano ainda tem sido decepcionante e pode levar o governo a jogar mais estímulos na economia. A presidente Dilma Rousseff não deseja terminar seu mandato entregando à sociedade apenas números ruins, a exemplo do avanço de 2,5% do ano passado e da perspectiva fraca para 2012. Assim, ela teria cobrado de Alexandre Tombini, o presidente do BC, uma contribuição, sobretudo porque a política fiscal perdeu força diante da desaceleração da economia e da arrecadação de impostos.

Neste cenário de baixo crescimento, são crescentes as chances de um novo ajuste na Selic. O próprio BC alinhou suas projeções as do mercado em relação a atividade e aposta em um PIB de 1,6% no ano – muito próximo aos números do Focus, de 1,57%. “Para o BC, a recuperação da atividade econômica doméstica ainda ocorre de forma gradual, mesmo após a massiva injeção de estímulos por parte do governo”, observou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco WestLB. Segundo ele, essa visão da instituição sugere ainda que “o balanço de riscos continua pendendo para o lado da atividade e não da inflação” – ou seja, o BC está disposto a aceitar mais inflação em troca de uma taxa de expansão mais robusta.

Outro lado 


Na avaliação de parte do mercado, no entanto, a pressão sobre o custo de vida deve frear o Banco Central. Pela média do mercado apresentada no boletim Focus, uma pesquisa semanal feita pelo BC, a principal aposta é de manutenção da taxa em 7,50% ao ano. Segundo a argumentação desses analistas, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,42%. Na semana passada, essa expectativa era menor, de 5,36%. Para 2013, a projeção recuou de 5,48% para 5,44%. Os que apostam no fim do ciclo de corte dos juros acreditam na retomada da economia e argumentam ainda que os efeitos dos estímulos dados pelo governo se farão sentir mais fortes neste fim de ano.

“Além do melhor cenário para a atividade econômica nacional, os riscos para a inflação estão mais elevados do que em reuniões anteriores. Deve-se considerar, também, os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, que só agora começa a ter maior impacto na economia brasileira”, disse Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander.

IGP-DI recua
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou em setembro, com alta de 0,88% no mês passado, após subir 1,29% em agosto. O resultado foi anunciado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda é usada como indexador das dívidas dos estados com a União. Com este resultado, o indicador acumula altas de 7,46% no ano e de 8,17% em 12 meses. A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O PA-DI, que representa o atacado, subiu 1,11% no mês passado, após registrar alta de 1,77% em agosto. Por sua vez, o IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, teve aumento de 0,54% em setembro, em comparação com a alta de 0,44% em agosto. Já o INCC-DI, que mede o impacto de preços na construção, apresentou elevação de 0,22% no mês passado, em comparação com a taxa positiva de 0,26% em agosto. 


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