Atenas – Dezenas de milhares de gregos tomaram as ruas de Atenas ontem no maior protesto dos últimos meses contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo para ajustar as contas públicas e recuperar a confiança dos credores internacionais. Ao marchar em direção ao Parlamento, os manifestantes entraram em choque com a polícia.
Os confroantos ocorreram em dia de greve nacional, convocada pelos dois maiores sindicatos do país, que representam metade dos 4 milhões de trabalhadores gregos. Aos gritos de "Não vamos nos submeter à troika" (grupo que representa os credores) e "Fora União Europeia e FMI", as pessoas protestavam contra a nova rodada de medidas que o governo prepara para continuar recebendo ajuda financeira externa. A polícia estimou que o protesto reuniu cerca de 50 mil pessoas e foi o maior desde uma grande marcha ocorrida em maio de 2011.
A insatisfação popular, que já era grande com os pacotes de arrocho adotados desde 2010, quando a Grécia fez seu primeiro pedido de socorro, recrudesceu depois diante das notícias de que o governo terá de fazer novos cortes, estimados em 12 bilhões de euros
(R$ 31,4 bilhões) nos próximos dois anos, que vão reduzir ainda mais salários, pensões e benefícios sociais.
As férias de verão deram ao governo uma calma relativa nas ruas desde que o primeiro-ministro Antonis Samaras chegou ao poder, mas os sindicatos preveem mais protestos com o fim do descanso.
ESPANHA A Espanha irá congelar os salários dos servidores públicos no âmbito do plano orçamentário para 2013 que será anunciado hoje pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy. Além disso, segundo fontes de sindicatos que participam de negociações com o governo, a contratação de funcionários será ainda mais restringida. Em compensação, no próximo ano será restabelecido o pagamento suplementar feito em períodos como o Natal, que foi eliminado em 2012.
As notícias vindas da Espanha e da Grécia fizeram as ações da Zona do Euro registarem ontem sua pior sessão em dois meses O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em queda de 1,68%. Madri (-3,92%), Milão (-3,29%), Paris (-2,82%) e Frankfurt (-2%) foram as maiores baixas.