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Estado de Minas

Hotel na Praça da Liberdade é vetado

Ipsemg revoga licitação que previa a construção de hotel de luxo, orçada em R$ 52 mi, no Circuito Cultural da Praça da Liberdade


postado em 25/07/2012 06:00 / atualizado em 25/07/2012 07:23

O Hotel Fasano, símbolo da hospedagem de luxo no país, que iria investir R$ 52 milhões na adaptação do prédio do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), transformando-o num empreendimento voltado a clientes de alto poder aquisitivo, já não será instalado no Circuito Cultural da Praça da Liberdade. No lugar dele, virá a Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), com um projeto que prevê uma escola aberta e integrada com a vida da população da capital mineira. Ontem, o Ipsemg revogou a licitação que previa a instalação de um hotel na sua antiga sede, que integra o conjunto paisagístico e arquitetônico da Praça da Liberdade. A decisão foi publicada no Minas Gerais, diário oficial do Estado. O grupo Fasano avalia como poderá recorrer da decisão.

Perspectiva do empreendimento hoteleiro, que também iria contar com restaurante, estava pronta. Grupo Fasano estuda como recorrer(foto: SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/DIVULGAÇÃO - 29/6/10)
Perspectiva do empreendimento hoteleiro, que também iria contar com restaurante, estava pronta. Grupo Fasano estuda como recorrer (foto: SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/DIVULGAÇÃO - 29/6/10)

O processo de licitação para uso do prédio do Ipsemg foi vencido em março de 2011 pelo consórcio formado pelo Grupo Fasano e a incorporadora JHSF, único a apresentar proposta para o negócio. O projeto de chegada do hotel a Belo Horizonte integrava os planos de expansão da rede de propriedade do empresário e especialista em culinária italiana Rogério Fasano. A previsão era de abertura de pelo menos sete novas unidades do Hotel Fasano no país: em Brasília (DF), Belo Horizonte, Salvador (BA) e Trancoso (BA), além de mais três em São Paulo. O Ipsemg notificou a empresa sobre a sua decisão. Em resposta, o grupo afirmou que além dos investimentos já realizados, estava preparado para viabilizar o projeto do hotel. “Estamos avaliando como poderemos recorrer da decisão”, disse, em nota, o Grupo Fasano e a JHFS, empresa do setor imobiliário, dona de 50,1% do braço hoteleiro do restauranteur.

A presidente do Ipsemg, Jomara Alves, diz que a decisão de revogar a licitação foi tomada porque o cenário do setor de hotelaria da capital mudou. Segundo ela, quando o processo teve início, em 2009, a instalação de um hotel no prédio do Ipsemg tomou como base estudos que identificaram a necessidade de suprimento da demanda por hotéis de alto padrão em Belo Horizonte, uma vez que a cidade será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, e por isso receberá grande fluxo de turistas. Em março do ano passado, o Ipsemg concluiu o processo de licitatação, que foi vencido pela incorporadora JHSF.

A assinatura do contrato estava marcada para julho de 2011, mas representações do Ministério Público estadual levaram o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE) a determinar a suspensão da solenidade. A assinatura do contrato foi liberada pelas duas instituições, uma vez que não havia irregularidade no processo, mas atendendo a uma diligência do TCE, o Ipsemg chegou à conclusão de que a realidade do setor hoteleiro da cidade mudou. Hoje, de acordo com a Secretaria de Estado de Extraordinária da Copa do Mundo em Minas Gerais (Secopa), existem 314 hotéis em funcionamento na cidade, num total de 30.194 leitos. Três novos hotéis inaugurados, aumentaram a oferta em 636 leitos. Até 2014, há outros 50 hotéis licenciados, com oferta de mais 16.126 leitos, dos quais um é cinco estrelas, 21 são de quatro estrelas, 27 de três e um de uma estrela. “O TCE, apesar de reconhecer a regularidade do procedimento licitatório, questiona a conveniência de manter a instalação de um hotel no imóvel, já que o interesse do Estado deixou de existir”, observa Jomara Alves.

Prêmio

Para o reitor da UEMG, Dijom Moraes Jr., a transferência da Escola de Design, que fica na Avenida Antônio Carlos, no Bairro São Luiz (Região da Pampulha), para o prédio do Ipsemg foi um reconhecimento pelos 55 anos de prestação de serviços à criatividade de Minas Gerais. Com ela, o governo de Minas pretende movimentar o circuito cultural da Praça da Liberdade. Agora, a UEMG deverá preparar um projeto para a ocupação do prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico, construído em estilo modernista e inaugurado em 1965. O projeto executivo vai levar 12 meses para ficar pronto e deverá incluir a integração com a comunidade, por meio da oferta de oficinas, workshops e palestras temáticas, além de cursos livres de curta duração de moda e design, paisagismo, restauração de patrimônio, cenografia, entre outros. Dois espaços para exposições, um restaurante e uma livraria com um café poderão integrar o pacote.

“Em janeiro BH já tinha deixado de contar com o Hotel Fasano. O edital era inviável para qualquer bandeira. Não seria ruim receber o empreendimento, mas como a oferta de hotéis na capital cresceu muito, a falta dele não trará nenhum prejuízo à cidade”, diz a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Rafaela Fagundes.


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