Nos mais de setenta anos de uma das regiões mais emblemáticas de Belo Horizonte, muitas cenas ficaram gravadas no escurinho do Cine Pathé. Construído inicialmente, em 1920, na Avenida Afonso Pena, número 759, a sala do antigo grupo Cinema S.A (atualmente Cineart) mudaria de endereço e, em 1948, ocuparia o imóvel na Avenida Cristóvão Colombo, 315, marcando a Savassi por mais de 50 anos. Com a decadência da região, substituída pelos shoppings como palco favorito para compras, o cinema seguiu o mesmo caminho e entregue às moscas não resistiu. De cara nova, os saudosistas da Savassi sonhavam com o retorno da sala ou a implantação de algum espaço cultural , mas terão que se contentar novamente com um estacionamento.
Depois do apagar das luzes da última sessão, em 1999, quando o cinema já se rendia aos filmes comercias em busca de visitantes, o Cine Pathé transformou-se em igreja evangélica e depois abrigou um estacionamento. Mas, nos últimos meses, seguia vazio. No entanto, passaram apenas umas semanas da inauguração da requalificação da Praça Diogo de Vasconcelos e o espaço foi realocado. “Alugamos para uma rede de estacionamentos”, confirma a analista de contrato do Grupo Vila Rica, Cristina Machado. Inicialmente, a pedida pela locação do espaço de quase 1 mil metros quadrados era de R$ 65 mil e, segundo Cristina, o valor aprovado aproxima-se da cifra.
Em meados dos anos 2000, a Prefeitura de Belo Horizonte tombou a fachada e o hall do Pathé, mas ficava permitido que fossem feitas alterações na parte interna, o que fez com que restasse pouco do antigo cinema e não seja preciso fazer intervenções significativas para instalação do estacionamento.
Menos de um mês depois da inauguração da reforma da praça, dois dos principais imóveis que estavam vazios na região voltam a ser ocupados. Além do Cine Pathé, a antiga Livraria da Travessa também já tem inquilino novo. O presidente da Câmara de Belo Horizonte, vereador Léo Burguês (PSDB) e outras duas sócias assinaram contrato na semana passada para locação do espaço situado entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Pernambuco. O estabelecimento deve ser dividido em dois, sendo ocupado por um restaurante e por uma loja de roupas. (PRF)