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Estado de Minas

Safra de grãos deve ser recorde em Minas

Regiões mais produtivas escapam dos problemas climáticos e estado deve colher 12t de grãos, com destaque para o milho


postado em 06/06/2012 06:00 / atualizado em 06/06/2012 07:42

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reviu para cima ontem, em 0,7%, a estimativa da produção de grãos no país para a safra 2011/2012. O novo volume (161,23 milhões de toneladas) se deve ao bom resultado da chamada segunda safra do milho, que cresceu 53%. Ainda assim, o volume total de grãos (soja, milho, feijão, arroz, algodão e outros) esperado no acumulado 2011/2012 será 1% menor do que o colhido no período 2010/2011 (162,80 milhões de toneladas), devido às quebras nas colheitas de soja e de arroz. Em sentido oposto, também segundo a entidade, a produção mineira de grãos deve alcançar o recorde de 12 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 12,9% em relação à anterior.

O milho vai liderar a safra recorde em Minas, com 7,7 milhões de toneladas – salto de 17,4%. O aumento dessa cultura se deve à expansão da área, da ordem de 8,4% ou 1,3 milhão de hectares. Também à produtividade, que chegará, ao que tudo indica, a 5,9 toneladas por hectare – crescimento de 8,3% na comparação com o volume apurado na safra anterior.

Safra de milho puxa os números de MG, com produção 17,4% maior que na anterior(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 25/4/11)
Safra de milho puxa os números de MG, com produção 17,4% maior que na anterior (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 25/4/11)

“A crescente demanda por milho no mercado interno, principalmente para atender à produção de ração usada nos segmentos de aves e suínos, é o principal fator de incremento da produção mineira do grão”, esclarece o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, acrescentando que, “atualmente, a produção de milho em Minas equivale a 61,0% da safra estimada do grão no Sudeste do Brasil”.

No ranking nacional, porém, o estado é o terceiro produtor do grão, ficando atrás apenas “do Paraná e Mato Grosso”, segundo informou Pierre Santos Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg): “Os produtores vêm investindo na melhor tecnologia possível (para o plantio)”. Outro motivo da preferência dos produtores pelo milho é a forte demanda do mercado internacional. Nem todos os grãos enviados do estado para fora do país, porém, são usados para consumo humano ou de animais.

Minas também exporta sementes do grão. De janeiro a abril deste ano, por exemplo, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o milho gerou receita de US$ 13,2 milhões aos produtores do estado. O valor é 36,2% maior do que o apurado em igual período de 2011. O volume de sementes de milho embarcadas de Minas, no primeiro quadrimestre de 2012, para fora do país foi de 3,3 mil toneladas, o que significa um crescimento de 18,7% em relação a igual intervalo do exercício anterior. A cotação média da tonelada foi de US$ 4 mil. A maior parte das exportações mineiras (90%) é destinada à América do Sul, principalmente Equador, Venezuela, Paraguai, e Peru.

Outras culturas

Projeções da Conab também beneficiam, em Minas, a colheita de feijão. A safra deve chegar a 628,4 mil toneladas – crescimento de 7,9%. O sorgo, que deve alcançar 431,5 mil toneladas, terá percentual mais expressivo de aumento (17,3%). O motivo é a expansão em 6,5% da área de plantio, totalizando 135 mil hectares. O amendoim seguirá caminho semelhante, com a safra estimada em 8,3 mil toneladas, volume 2,5 superior aos registros do período anterior. A projeção pode ser atribuída à produtividade de 3,2 toneladas por hectare, alta de 18,2% no ano.

 

Soja perde o primeiro lugar

 

O salto na última colheita nacional de milho proporcionou à cultura, na soma da primeira e da segunda safras, um total de 67,79 milhões de toneladas. Dessa forma, destacou ontem a Conab, o volume total desse tipo de grão vai superar o da safra de soja (66,37 milhões), principal cultura afetada por problemas climáticos. A queda estimada pela Conab na soja é de 8,96 milhões de toneladas. Em Minas, porém, a safra da soja deve crescer 5%, atingindo 3 milhões de toneladas.

A produtividade média no estado deve ser de 3 toneladas por hectare, volume também 5% maior que o obtido na safra anterior. É bom frisar que o excesso de chuvas, no início do ano, também prejudicou produtores mineiros de outras culturas nas regiões Central, Leste e Zona da Mata. Porém, conforme avalia Pierre Santos Vilela, coordenador da assessoria técnica da Faemg, as condições climáticas não afetaram as principais regiões produtoras do estado: Noroeste, Alto Paranaíba, Triângulo e Sul.

“Passamos ilesos pelos problemas climáticos nessas regiões. Além disso, houve investimento em tecnologia”, disse ele para justificar a safra recorde de Minas. Assim como a soja, a produção nacional de arroz também vai cair nesta safra. A estimativa é de que 1,8 milhão de toneladas deixará de ser colhida em relação à safra anterior. Mais uma vez, o culpado é o clima.

O estudo da Conab na soja e no arroz se devem “às condições climáticas não favoráveis”, ocorridas sobretudo entre 15 de novembro de 2011 e 15 de janeiro de 2012, e que os estados da Região Sul e o Sudoeste do Mato Grosso do Sul foram os mais afetados. É bom frisar que a estiagem no Nordeste do país também prejudicou várias lavouras. Para se ter ideia, a queda na safra do feitão foi de quase 90% no Rio Grande do Norte. No Ceará, a mesma cultura perdeu em torno de 85%.

RIO+20

O ministro da Agropecuária, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, anuncia, amanhã, o documento oficial do setor agropecuário para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O texto vai ressaltar a contribuição da agricultura brasileira na construção de uma economia verde e na contribuição à erradicação da pobreza. (PHL)


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