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Estado de Minas

Classe C no topo do calote

Inadimplência acima de 90 dias chega a 7,6% em abril e os novos consumidores são os que mais devem. No financiamento de veículos, taxa de 5,9% é a maior desde 2000


postado em 26/05/2012 06:00 / atualizado em 26/05/2012 07:09

O calote das pessoas físicas registrou, em abril, a taxa mais elevada desde dezembro de 2009. De acordo com o Banco Central, os atrasos superiores a 90 dias chegaram a 7,6% no mês passado, ante 7,4% em março. No caso dos veículos, a inadimplência, que já era a maior da história para o mês em março, aumentou de 5,7% para 5,9% em abril, atingindo nova marca recorde para o período. A série começou em 2000. O número engloba unidades novas e usadas. Para o crédito pessoal, o índice saiu de 5,3% para 5,5%. Apesar dos resultados, a autoridade monetária avalia que o atraso nas prestações dos financiamentos se mantém praticamente estáveis em 2012, embora em patamar alto.

Pesquisa realizada pela Boa Vista Serviços mostra que os novos consumidores são os mais vulneráveis à incapacidade de pagamento. Nos últimos cinco anos, mais de 30 milhões de brasileiros começaram a usar crédito. De acordo com a pesquisa, no ano passado 5,7 milhões de pessoas tomaram crédito pela primeira vez. Entre junho de 2009 e setembro de 2011, o calote dos novos consumidores foi maior do que o dos antigos, ficando  19,5% mais alto, em média. Para a instituição, a pouca experiência com crédito pode ser uma das explicações para o fato.


Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm uma renda mensal domiciliar total entre R$ 1.064 e R$ 4.561. Antônio Longuinho, gerente comercial da concessionária de veículos Pisa Ford, sentiu essa mudança se refletir em elevação das vendas. O problema é que empolgada com o acesso ao consumo, uma parte do batalhão de 94,9 milhões de brasileiros da classe C adquiriu o seu primeiro carro em prestações a perder de vista. “A maioria dos atrasos acima de 90 dias vem da classe C”, sustenta. Segundo ele, o auge das vendas de carro para essa camada da população ocorreu em 2010, quando 65% das vendas eram feitas a crédito. Hoje, esse número foi reduzido para 50%.


Juros em baixa


Enquanto o calote permanece alto, dados do BC indicam que a taxa média de juros nos empréstimos com crédito livre recuou de 37,3% ao ano em março para 35,3% ao ano em abril. ´É o menor patamar desde dezembro de 2010, quando chegou a 35%. O juro para o cliente pessoa física baixou de 44,4% para 42,1% ao ano entre março e abril. O percentual também é o menor desde dezembro de 2010, de 40,6%. Para as empresas, a taxa recuou de 27,7% para 26,3% ao ano na mesma base de comparação.


A queda dos juros se deve principalmente à redução nos spreads bancários – diferença entre a taxa de captação e os juros cobrados nos empréstimos. O spread geral baixou de 28 pontos percentuais (pp) para 26,5 pontos pp, menor taxa desde fevereiro de 2011 (26,1 pp). Para a pessoa física, a queda no spread foi de 35,1 pp para 33,2 pp. No caso das empresas, o spread caiu de 18,4 pp para 17,5 pp na passagem de março para abril.(Com agências)

 

Menos confiança
A confiança do consumidor recuou 1,2% em maio, após forte alta de 4,9% em abril, na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo informou ontem a Fundação Getulio Vargas. Coordenadora do levantamento, Viviane Seda disse que a queda não representa uma reversão de tendência e a inadimplência não assusta. Segundo Viviane, a queda no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) reflete uma acomodação nas expectativas em relação à situação econômica, mas na média móvel trimestral, o indicador continua subindo.


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