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Estado de Minas O INSTAGRAM FOI NA FRENTE. E AGORA?

Venda do Instagram para o Facebook abre caminho para empreendedores

Mercado de startups é tímido no Brasil


postado em 15/04/2012 07:37 / atualizado em 15/04/2012 07:52

A bilionária compra do Instagram, com o Facebook trazendo para debaixo de suas asas o hype do momento em matéria de aplicativo para telefones, faz saltar em cifras os olhos de jovens empreendedores de tecnologia. Uma companhia que ainda engatinha, com 14 colaboradores, que mesmo com 30 milhões de usuários ainda não gera um centavo de receita, arrematada por gigante pioneiro das mídias sociais, assim, de repente. A “geração rede social”, que se inspira nas megamarcas saídas de garagens de Stanford e Harvard, como o Instagram, o Google e o próprio Facebook, encontra, no calor dos trópicos, cenário mais frio para as startups. Embora seja crescente a cultura empreendedora em jovens que, há poucos anos, vislumbravam apenas conseguir um bom emprego, ainda há entraves para que saia do Brasil o próximo Instagram.

Convencer investidores de que a aposta em jovens companhias pode ser rentável ainda é tarefa pesada, encarada por poucos. Com boas ideias pululando em startups diversos Brasil afora, o próximo Instagram pode ser brasileiro? Aquisições mitológicas desse tipo seriam possíveis aqui? As perguntas parecem atordoar o gerente de operações da Inseed Investimentos, uma das gestoras que levanta essa bandeira, Gustavo Junqueira. Ele pensa longamente e responde: “Seria inviável sim, porque o mercado brasileiro ainda é imaturo com relação ao americano. Casos como o do Instagram inspiram investidores e empreendedores, mas as estruturas de mercado são muito divergentes”.

A principal questão é justamente estrutural, segundo ele: no Brasil, os investidores habituaram-se ao baixo risco e à alta rentabilidade dos títulos públicos, que deitam e rolam nos altos juros praticados no país. É justamente o contrário do cenário americano, onde os baixos juros jogam balde de água fria na atratividade desse tipo de investimento. O ingrediente final da receita é a cultura de risco para os negócios, mais estimulada. “Os investidores devem estar propensos a assumir o risco de uma startup. Ela pode quebrar. Mas também pode ter crescimento monstro.”


Amadurecer os diferentes tipos de investimentos, que podem dar guinadas em trajetórias desses jovens empreendimentos, é outra trilha que o mercado brasileiro terá de percorrer para chegar perto do que ocorre no Vale do Silício. “Lá fora eles investem em boas ideias mesmo sem ter definido monetização eficiente. No Brasil é diferente: é preciso que o modelo de negócios seja bem consistente com previsão de dados de receita desde o início”, compara Leandro Morais, do time do Entregador, uma startup que nasceu no Sul de Minas e foi adquirida pelo site de compras coletivas Peixe Urbano.

Com isso, a plataforma deve ganhar escala, e saltar das cidades mineiras, onde opera atualmente (Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e a nativa Itajubá) e chegar nos próximos meses a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Com a recente aquisição, pelo Peixe Urbano, do Groupália, a América Latina é a fronteira, com operações fortalecidas na Argentina, México, Colômbia, Peru e Chile. O contato do Entregador com o Peixe Urbano se deu a partir de programa de aceleração de startups do Instituto Inovação, de Belo Horizonte, em São Paulo. As empresas mantêm sob sigilo o valor da transação que envolveu a compra do Entregador. Outra aquisição do Peixe foi a startup Zuppa, e o valor também não é revelado.

Transição dura

Desde a fundação até a aquisição por parte do site de compras coletivas, o Zuppa, amargou um ano de dificuldades típicas que entravam o processo de startups brasileiras, segundo Bressan: “Sempre é um sufoco conseguir apoiadores com disponibilidade de capital para alavancar boas ideias. Temos no Brasil boa capacidade de gerar plataformas e produtos interessantes, mas não tem mercado de capitais que invista pesadamente nisso”. Na avaliação de Junqueira, da Inseed, a lacuna é justamente a falta de percepção de que, se o desenvolvimento for bem cuidado, são grandes as chances de valorização dessas empresas. “É como uma semente mesmo, que cresce e rende muito mais”, compara.

Cuidar dessa planta é que são elas. A startup Remote Park, de Belo Horizonte, que o diga. Depois de obter o primeiro lugar na edição mineira do Startup Farm, o mesmo programa de aceleração que participou do time do O Entregador, a equipe do Remote Park se prepara para lançar a versão beta da sua plataforma. Um dos integrantes do time, Sávio Moreira, explica a sinuca de bico: “O desafio para aparecer hoje é como ser enxergado pelo público global. Como aparecer em destaque em buscadores ou nos portais e blogs mais influentes do mundo? Já para crescer é necessário oferecer um produto ou serviço em grande escala”.

Análise da notícia

Semente plantada
Certamente, não foi fácil a trajetória do brasileiro Mike Krieger, co-fundador do Instagram. Mas os ares do Vale do Silício conspiraram a favor e permitiram o voo da boa ideia. Ele embolsou US$ 181 milhões com a venda da plataforma para o Facebook. E contribui, em espécie de lufada de inspiração, com toda uma geração de conterrâneos que sonha alto, trabalha duro e espera terreno menos árido para fazer crescer e aparecer suas boas ideias. (FB)


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