O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) confirmou nesta terça-feira a expectativa do mercado e disse que manterá sua política monetária de taxas muito baixas e de incentivos à liquidez, ao mesmo tempo em que se mostrou mais otimista que em janeiro quanto ao emprego.
O banco relativizou, no entanto, a melhora recente do mercado de trabalho ao estimar que a economia continua enfrentando "riscos importantes" e reiterou como em janeiro que a alta nos preços do petróleo terá apenas um efeito passageiro sobre a inflação.
"As condições do mercado de trabalho continuam melhorando; a taxa de desemprego caiu notavelmente nos meses recentes (a 8,3%), mas continuam elevadas", disse o organismo em um comunicado ao Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) após sua reunião desta terça-feira.
Em linguagem meticulosamente calibrada, o Fed ressaltou a visível diminuição das tensões nos mercados financeiros. De acordo com o banco, os preços do petróleo podem pressionar temporariamente a alta da inflação, mas não o suficiente para alterar a política monetária.
Assim, o crescimento econômico esperado pelos dirigentes do Fed para os próximos trimestres é agora "moderado" e não "modesto". De acordo com o relatório do banco, a taxa de desemprego "cairá gradativamente" até o nível que considera consistente com o pleno emprego (5,2 para 6,0%). Em janeiro, o banco já havia previsto que esse declínio seria "gradativo".
Quanto à avaliação dos progressos no país, os líderes do Fed disseram que "a melhoria das condições do mercado de trabalho se fortaleceram a partir do final de janeiro, mas a taxa de desemprego, que foi oficialmente de 8,3% em fevereiro, continua elevada".
O Comitê recordou que o setor de habitação continua deprimido. Em janeiro, quando o Fed ressaltou que havia desaceleração nesse setor, houve aumento do investimento empresarial. A Comissão justificou a manutenção da sua política monetária pelo fato de ela não gerar ameaça inflacionária. "As expectativas de inflação permanecem estáveis no longo prazo", afirma o comunicado.
Quanto ao desemprego, o Comitê acredita que a alta dos preços voltará gradativamente para níveis compatíveis com a meta de inflação (2,0%). Contudo, o líder do Fed, Jeffrey Lacker, votou contra as decisões dos seus pares. Assim como em janeiro, ele alegou que as novas circunstâncias não justificam a manutenção uma taxa excepcionalmente baixa até o final de 2014.