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Estado de Minas

Disputa no BB chega até Lula

No esforço para encerrar crise entre dirigentes do banco e da Previ, Mantega ameniza e Dilma recorre a ex-presidente


postado em 02/03/2012 06:00 / atualizado em 02/03/2012 06:49

Brasília – Apesar da ordem determinada pela presidente Dilma Rousseff aos dirigentes do Banco do Brasil e do fundo de pensão Previ para que parem de brigar em público, por meio de dossiês, o governo passou o dia dessa quinta-feira ainda apagando chamas do incêndio que assolou Brasília nos últimos dias. Enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tratava de amenizar a crise afirmando, em entrevista, que ela é feita de “fofocas”, a presidente Dilma Rousseff alterava sua agenda e viajava a São Paulo no início da tarde, para se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de um câncer na laringe.

O motivo do encontro, que durou três horas no apartamento de Lula, em São Bernardo, não foi revelado oficialmente, mas assessores palacianos contaram que os dois conversaram sobre a disputa por cargos na direção no BB e da Previ, o maior fundo de pensão da América Latina, que pertence aos funcionários do banco, além das negociações de alianças partidárias para a eleição municipal de São Paulo. A reunião, que não constava da agenda de Dilma, foi descrita oficialmente por sua equipe como uma visita de cortesia ao seu padrinho Lula, após a conclusão da radioterapia a que ele se submeteu. A presidente retorna hoje à capital federal.

Embora tenha decidido não tomar nenhuma medida precipitada, Dilma não descartou demissões dos responsáveis pelo vazamento de informações sobre o caso e a troca de nomes nas duas instituições. Mas a presidente precisa pavimentar o terreno para promover as mudanças, pois os dois grupos que estão brigando contam com forte apoio entre parlamentares petistas, principalmente de São Paulo.

Vínculos De um lado está o presidente do BB, Aldemir Bendine, que tem o apoio do ministro Mantega e de alguns caciques petistas paulistas, como o deputado federal Ricardo Berzoini. Do outro, o presidente da Previ, Ricardo Flores, também com respaldo de parlamentares do PT de São Paulo e do PMDB.

Um terceiro dirigente aparece na crise, como o suposto autor do vazamento dos dados bancários do ex-vice-presidente do BB Allan Toledo, que era da turma de Flores. Trata-se do vice-presidente de Novos Negócios do BB, Ricardo Oliveira, que é ligado a Bendine e tem vínculos com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O governo quer estancar a crise até dia 13, data prevista para o depoimento do ministro Mantega no Congresso, convocado, inicialmente, para explicar as razões da demissão do então presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci.

Caciques do PT paulista foram chamados a Brasília esta semana para ajudar a resolver a crise. A intenção é tentar conseguir preservar Ricardo Flores, da Previ. Para isso, o partido recorreu até mesmo ao PMDB, de Michel Temer. Antes de assumir a Previ, Flores ocupou cargos importantes no Banco do Brasil sob as bênçãos do PMDB, do presidente do Senado, José Sarney. Guido Mantega minimizou os desentendimentos entre Bendine e Flores, mas demonstrou preocupação. “Em algum momento, isso pode prejudicar a atuação das duas instituições. Não prejudicou até agora, mas o governo quer que isso acabe”, disse.


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