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Estado de Minas

Gás para projetos de R$ 2,7 bi em Uberaba

Associação da Cemig à Gás Brasiliano viabiliza construção de gasoduto e de fábrica de amônia da estatal em Minas


postado em 10/02/2012 06:00 / atualizado em 10/02/2012 07:20

A Cemig acaba de dar o passo decisivo para tirar do papel a tão prometida fábrica de fertilizantes nitrogenados (UFN V) (amônia) da Petrobras no Triângulo Mineiro. O empreendimento demandará investimentos superiores a R$ 1,3 bilhão e vai gerar 5.000 empregos, mas para ser viabilizado depende da construção de um gasoduto de 817 quilômetros que transportará gás natural de São Carlos, em São Paulo, para Uberaba, em Minas Gerais, onde será construída a unidade. Juntos, os dois empreendimentos estão estimados em R$ 2,7 bilhões, informou nessa quinta-feira o prefeito de Uberaba, Anderson Adauto.

O único entrave para que o empreendimento se tornasse realidade era uma divergência de classificação do projeto. De um lado, os governos de Minas e de São Paulo defendiam que ele fosse reconhecido como um gasoduto de distribuição, o que permitiria sua construção pela subsidiária de gás da Cemig, a Gasmig. De outro, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Ministério de Minas e Energia o classificavam como gasoduto de transporte, de responsabilidade federal, por atravessar dois estados, o que acarretaria licitação federal e licença ambiental, impedindo a execução imediata da obra.

Produção de fertilizantes nos municípios do Triângulo Mineiro será fortalecida com a implantação da unidade industrial de matéria-prima(foto: Mario Castello/Esp. EM/D.A Press)
Produção de fertilizantes nos municípios do Triângulo Mineiro será fortalecida com a implantação da unidade industrial de matéria-prima (foto: Mario Castello/Esp. EM/D.A Press)
O problema foi resolvido com a publicação de um fato relevante junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no qual a Cemig anunciou um acordo de investimentos para a aquisição de 40% do capital social da Gás Brasiliano Distribuidora (GBD), empresa que até aqui pertencia integralmente à Gaspetro, subsidiária de gás da Petrobras. O acordo foi costurado sob sigilo entre a agora presidente da estatal do petróleo, Maria das Graças Foster, e a estatal mineira, sob o comando da secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, informou Adauto.

“O aporte a ser feito pela Cemig na GDB será usado para construir a parte paulista do gasoduto que vai até Uberaba A parte mineira será construída pela Gasmig”, explicou Dorothea Werneck. O novo gasoduto já vem sendo chamado de Gasub. A expectativa é que a fábrica de amônia esteja pronta até 2015. A obra está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) e foi prometida pela presidente Dilma Rousseff em abril do ano passado.

A unidade terá capacidade de produção de 519 mil toneladas ao ano de amônia e tornará o Brasil autossuficiente nesse insumo, que é usado na agricultura e na indústria. Para isso, vai consumir 1,257 milhão de metros cúbicos/dia de gás natural. A fábrica também vai atender às demandas dos estados de Goiás, Mato Grosso e parte de São Paulo. A amônia é matéria prima para a produção de mono-amônio-fosfato (MAP), um fertilizante binário que contém fósforo e nitrogênio e que é usado, principalmente, nas culturas de milho, cana de açúcar, café, algodão e laranja. Hoje, a amônia é importada, via Porto de Santos, de Trinidad e Tobago e Venezuela, o que faz do Brasil o quarto maior importador de fertilizantes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.

Construção “Ainda há algumas condicionantes (para a viabilização da compra da participação na GBD pela Cemig) para que o negócio seja fechado. Uma delas é a aprovação pela Agência de Gás e Saneamento de São Paulo. A expectativa é que tudo esteja resolvido em dois ou três meses. O gasoduto começa a ser construído assim que todos os passos estiverem finalizados”, explica a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Dorothea Werneck.

Enquanto isso, a Petrobras está iniciando as obras de terraplanagem do terreno onde será construída a fábrica de amônia de Uberaba. A estatal também já teria começado o processo de aquisição de equipamentos importados necessários à edificação do empreendimento. “A obra começa no início de março”, diz o prefeito de Uberaba. Segundo ele, no pico da construção da unidade de amônia serão gerados 4.800 empregos diretos. Na primeira fase, a da terraplanagem, serão 350 postos. “A Petrobras já está desenvolvendo projetos para a formação da mão de obra necessária à construção da fábrica”, sustenta.

Na avaliação dele, tão importante quando a fábrica, é a chegada do gás natural a Uberaba. “Isso vai nos permitir trabalhar com outras empresas, em outros segmentos. Além disso, Uberaba será consolidada como polo produtor de fertilizantes nitrogenados”. Hoje, a maior fábrica de fertilizantes fosfatado da América Latina, a Vale Fertilizantes (antiga Fosfértil), está localizada no município. Nada menos do que 100% da amônia usada ali para a fabricação do insumo da produção agrícola é comprada for a do país.

 

Mudança com lucro em baixa

 

São Paulo – O Conselho de Administração da Petrobras elegeu nessa quinta-feira Maria das Graças Silva Foster para a presidência da companhia, que fechou o ano passado com lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 33,31 bilhões, queda de 5% sobre os R$ 35,19 bilhões de 2010. O resultado da estatal foi aprovado na reunião do conselho. O primeiro desafio de Graça Foster, como é conhecida, vai ser melhorar os resultados da companhia. Ela assume o cargo no lugar de José Sergio Gabrielli na segunda-feira. Para acelerar os ganhos da Petrobras, ela terá à disposição um plano de negócios que prevê investimentos de US$ 224,7 bilhões entre 2011 e 2015.

Segundo a estatal, Gabrielli também deixará o Conselho de Administração da companhia, cargo em que também será substituído pela nova presidente. Não foi informado, no entanto, quem ocupará a diretoria de Gás e Energia da estatal, hoje ocupada por Graça Foster. “A Petrobras agradece ao conselheiro e presidente José Sergio Gabrielli de Azevedo, pelos relevantes serviços prestados à companhia, ressaltando sua liderança, competência técnica e o elevado grau de profissionalismo e dedicação no exercício desses cargos”, diz a nota divulgada pela estatal. O executivo está na presidência da empresa desde julho de 2005. Antes, Gabrielli ocupava a diretoria Financeira da estatal.

Em 23 de janeiro, a Petrobras já havia informado que o ministro da Fazenda e presidente do conselho da estatal, Guido Mantega, apresentaria o nome da executiva para assumir a presidência. Casada e mãe de dois filhos, entre 2003 e 2005, a mineira Graça Foster, de 58 anos, foi secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, então comandado pela presidente Dilma Rousseff.

Formada em engenharia química pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Graça Foster tem mestrado em Engenharia Química e pós-graduação em Engenharia Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), e MBA em Economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV/RJ). A executiva entrou na Petrobras em 1978 como estagiária no Cenpes, no setor de Lubrificantes, aditivos e graxas. O primeiro cargo como funcionária foi como engenheira de perfuração.

Resultado Petrobrás reportou lucro líquido de R$ 5,049 bilhões no quarto trimestre de 2011, uma queda de 52,38% em relação ao mesmo período de 2010. A receita líquida da companhia entre outubro e dezembro alcançou R$ 65,257 bilhões, alta de 20,34% em igual comparação, ocasionada principalmente pelo efeito do câmbio nas exportações e pelo reajuste de 10% na gasolina e de 2% no diesel em vigor desde 1º de novembro. No ano, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do ano foi de R$ 62,25 bilhões, alta de 5% na comparação com o ano anterior.

A companhia destaca que, apesar do crescimento do volume de vendas no mercado interno ter sido 6% superior a 2010, com destaque para o aumento das vendas de óleo diesel (+9%), gasolina (+24%) e querosene de aviação (+12%), houve um incremento das despesas operacionais e de maiores custos com aquisição de petróleo e importação de derivados, o que contribuiu para diminuição do resultado.


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