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Estado de Minas

Inflação acumulada nos últimos 12 meses continua acima do teto da meta


postado em 12/11/2011 06:00

O dragão que vem engolido o orçamento doméstico dos brasileiros começou a perder o fôlego em outubro, mas a inflação acumulada nos últimos 12 meses no país continua acima do teto da meta previsto pelo governo, de 6,5%. Em 12 meses o custo de vida medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acumulou alta de 6,97% no país e 7,15% em Belo Horizonte. Ao contrário do resultado nacional, na capital os alimentos não deram refresco, sendo a maior pressão capturada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ainda em BH, o preço do aluguel também continua a assustar as famílias. Pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) o mostra que o indicador fechou outubro com elevação de 0,71%, contra a inflação de 0,51%.

No mês, o IPCA, medido pelo IBGE ,desacelerou, registrando alta de 0,43% ante os 0,53% em setembro. Os resultados da inflação de outubro modificaram as previsões de alta inflacionária e especialistas já apostam que 2011 terá um resultado bem próximo do teto da meta estipulada pelo país. “O ano deve fechar com uma inflação entre 6,4% e 6,7%”, aponta Thiago Curado, economista da consultoria Tendências. Segundo ele, um dos fatores que têm pesado contra a inflação é o recuo do preço das commodities, que em setembro atingiu o atacado e em outubro chegou ao varejo, dando um alívio no bolso do consumidor.

Embora a redução na variação de preços dos alimentos, que passou de 0,64% em setembro para 0,56% em outubro, tenha pesado a favor da desaceleração do IPCA nacional, a inflação de Belo Horizonte caminhou na direção contrária e seguiu pressionada pelo item, que acumulou alta de 0,89% em outubro frente os 0,64% de setembro. As frutas foram as principais vilãs, ficaram 5,41% mais caras. Os turbérculos também encareceram 2,28% e a carne também seguiu firme, com alta de 1,07%.

Para driblar as contas em alta, a pedagoga Luciana Tavares conta que freou o consumo e trocou de supermercado. Na ponta do lápis, notou que as despesas mensais com alimentos estavam fugindo ao controle e ficando altas demais. Agora, ela sai de casa para fazer compras em um bairro vizinho ao seu, onde o estilo de vida é mais simples e preencher a geladeira custa menos. “Entre os alimentos, o que mais me chamou a atenção foi a carne, que subiu muito este ano”, comentou.

Entre os ruídos que podem acordar o dragão, Thiago Curado aponta a inflação dos serviços, que deve fechar 2011 em 8,8%, bem acima do IPCA. “Os serviços ainda apontam para um descompasso entre oferta e demanda. É o que mais preocupa.” O economista do Conselho Federal de Economia (CFE) e professor da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli aponta que o arrefecimento do preço das commodities e a desaceleração de economias importantes como a chinesa reduzem o apetite do dragão. Para ele, inflação em baixa cria ambiente para novos cortes da taxa básica de juros, que deve fechar o ano em 11%, meio ponto a menos que os atuais 11,5%. “A taxa, descolada do restante do mundo, sangra as contas públicas.” Segundo o especialista, não fosse pelos cortes, o país fecharia 2011 com juros beirando os R$ 250 bilhões.

INPC O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou em outubro, registrando 0,32% frente a 0,45% de setembro. O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,11% no mês passado, depois de registrar elevação de 0,55% em setembro. O índice teve alta de 6,71% nos últimos 12 meses.


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