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Estado de Minas

Alto custo é complicador


postado em 09/11/2011 06:00 / atualizado em 09/11/2011 06:28

Enquanto o mercado projeta expansão das vendas entre 4% e 5% em 2012 em relação a este ano, repetindo o desempenho de 2011 sobre exercício anterior, a consultoria IHS Automotive estima que não passará de 3%, em razão do prolongamento da crise econômica internacional. E, especialmente no Brasil, por causa do alto custo de produção. “O preço do carro poderia cair no Brasil até 32%, se houvesse redução de impostos, juros e legislação para gerenciamento do custo de matéria-prima”, disse o diretor da IHS no Brasil, Paulo Cardamone, no Simpósio SAE (Sociedade de Engenharia Automotiva), realizado ontem em Nova Lima, na Grande BH.

A indústria nacional, mais que nunca, reage. Entre as reivindicações para compensar a perda de competitividade está a redução da carga tributária. “Do preço do carro, 33% são impostos, ou seja, a cada três carros vendidos o governo fica com um. Ele é o maior sócio das montadoras”, disse Cardamone. O diretor de Relações Institucionais da Fiat, Antônio Sérgio Mello, destacou os custos de produção, como a mão de obra cara. Se observada a relação euro/hora trabalhada, a da Índia é 1,2; na China fica em 1,3; no México, em 2,6; e no Brasil em 5,3. “Temos perspectiva de crescimento, mas as condições de competição são desfavoráveis”, afirmou.


“Os pesados encargos sobre a folha de pagamento desencorajam novos investimentos e limitam a criação de novos empregos”, afirmou o conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes Automotores (Sindipeças), George Luiz Rugitsky. Ele também chamou a atenção para a balança comercial (exportações menos importações) do setor, que saiu de US$ 1,98 bilhão em 2006 para US$ 3,58 bilhões neste ano, até setembro. “É alarmante”, frisou. Criticou ainda o governo Dilma Rousseff, que “induz a redução do consumo para combater o aumento da inflação”. Os juros, uma das armas para conter a inflação, são traduzidos em taxas de 28,52% ao ano para quem financia um carro.

 

Fiat puxa parceiros
A construção de uma fábrica da Fiat em Goiana (Pernambuco) levará empresas de autopeças para o entorno, criando um novo polo no país. O diretor de Relações Institucionais da montadora no Brasil, Antônio Sérgio Mello, revelou ontem que 20 fornecedores se instalarão na área da empresa. A montadora já foi responsável pela formação do segundo maior polo do país em Betim (Grande BH), atrás apenas de São Paulo. A japonesa Denso pode ser uma delas. “Estamos disponíveis para seguir o cliente”, diz o presidente Giuseppe Zippo. Os fornecedores devem ser definidos pela Fiat no início de 2012. “Nosso foco agora é capacitação”, afirmou Mello. A unidade de Goiana empregará cerca de 7 mil pessoas. O diretor da Fiat garantiu que os R$ 7 bilhões anunciados para Betim não serão transferidos para a nova unidade.

 

O que nos interessa

Desemprego no caminho

Com o dinamismo da indústria nacional comprometido, os impactos na renda e na geração de oportunidades de emprego são iminentes. Isso porque o adiamento ou suspensão de novos investimentos paralisa também novas contratações e, consequentemente, o aumento da renda da população. O cenário afeta ainda a extensa cadeia que abastece o setor, que vai desde insumos até máquinas e equipamentos. O espaço deixado pela produção brasileira está sendo preenchido pelos importados, que chegam com preços mais competitivos ao mercado nacional. O resultado é a exportação de empregos para os países de origem desses produtos.

 


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